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quarta-feira, 9 de março de 2016

Transmissão da zika por via sexual pode ser mais comum, indica OMS

A transmissão do vírus da zika por meio de relações sexuais é mais "comum do que o estimado anteriormente", afirmou nesta terça-feira (8) a diretora da OMS (Organização Mundial de Saúde), Margaret Chan.

A declaração, segundo ela, se baseia em indicações fortes de "estudos e investigações de diversos países". Chan falou após o primeiro dia da reunião do Comitê de Emergência para o vírus da zika. A primeira reunião do grupo de especialistas havia sido realizada no dia 1° de fevereiro deste ano.

Os Estados Unidos, em fevereiro, anunciaram investigar 14 casos de mulheres infectadas com zika após manter relações com parceiros haviam viajado para regiões endêmicas.

A diretora da OMS (Organização Mundial de Saúde) vê ainda com preocupação o aumento no número de casos de contaminação pelo vírus da zika e com o aumento das evidências da relação entre o vírus, má-formação fetal e problemas neurológicos.

"Casos de zika foram relatados em todas as regiões do mundo. (...) Foram encontrados traços do vírus no líquido amniótico. Evidências apontam que o vírus pode atravessar a placenta e infectar o feto. Podemos concluir que esse vírus é neurotrópico [relativo ao sistema nervoso], atingindo preferencialmente tecidos do cérebro e do tronco encefálico do feto", disse Chan.

Durante a entrevista coletiva ao término da reunião com especialistas, tanto Chan quanto David Heymann, presidente do comitê, procuraram manter o tom de cautela. Ambos disseram, porém, que a situação do vírus é "alarmante".

A OMS mantém a recomendação de aconselhar as mulheres grávidas a evitarem áreas de foco da epidemia. Questionado se gestantes deveriam evitar viagens ao Brasil, Heymann enfatizou que "todos países" devem orientar os turistas e a população sobre os riscos e sobre as zonas de epidemia. "Com base nessas informações, grávidas devem decidir sozinhas se pretendem [viajar para o Brasil] ou não", afirmou.

O mesmo conselho, diz a OMS, vale para a decisão sobre engravidar em áreas de alta incidência de contaminação pelo vírus da zika.

PROVA DEFINITIVA

De acordo com Margaret Chan, o comitê de especialistas ressaltou que existe uma "forte evidência" entre a contaminação pelo vírus da zika e problemas neurológicos, mas ainda não há uma "prova definitiva".

Atualmente, casos de microcefalia associados ao vírus da zika foram registrados apenas no Brasil e na Polinésia Francesa. Mas, segundo a OMS, "um monitoramento intensivo" tem sido feito em vários países, como a Colômbia. "A situação que vemos no Brasil hoje poderá acontecer nos próximos meses na Colômbia. Isso é alarmante."

O grupo de especialistas reunido pela OMS deverá se encontrar dentro de três meses e a expectativa é que, até a data, novos estudos tragam dados mais conclusivos sobre a associação entre a zika e a microcefalia, por exemplo. Heymann afirmou que é muito difícil ter uma confirmação da relação de causa e efeito nesse intervalo.

A OMS afirma, no entanto, que "ações de saúde pública não devem esperar pela prova científica definitiva".

Fonte: Folha de S. Paulo

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