De acordo com o infectologista Jessé Alves, já se tinha conhecimento de que o chikungunya era mais do que uma simples infecção por causa dos surtos que aconteceram nas Ilhas Reunião, no Oceano Índico. “Na América Central e Caribe teve um número imenso, mais de um milhão de notificados também”, diz o médico.
A dor do chikungunya, de acordo com Alves, é como se fosse um problema reumatológico. “Há estudos de acompanhamento desses pacientes que mostram que realmente um percentual bastante significativo pode ter sintomas articulares até três anos depois da infecção”, explica.
“A dor articular pode ser muito aguda, intensa e incapacitante, impedindo a pessoa de andar e fazer suas atividades diárias, e também pode levar à incapacitação de forma crônica”, alerta o médico.
No dia a dia, o médico conta que já acompanhou casos de sintomas persistentes. “Geralmente os problemas acontecem nas mãos, punhos e geralmente dos dois lados”.
O reumatologista do Hospital 9 de Julho, Nilton Sales explica que o chikungunya pode causar a inflamação nas juntas e que ela deve ser tratada como se fosse artrite reumatoide (uma doença autoimune crônica). “Na fase inicial são prescritos corticoides, mas quando fica crônico damos imunossupressores”.
No caso de crianças, os médicos evitam fazer um tratamento prolongado com corticoides, pelo risco de prejudicar o crescimento.
Sales explica que 4% dos infectados podem ter sintomas por mais de um ano e meio. De Até 85% das pessoas acabam melhorando em seis meses.
“É uma dor intensa, rigidez, a pessoa perde a flexão do punho, dedos, tornozelos e dedos dos pés”.
Fonte: iG