O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), instalou
nesta tarde a comissão especial que analisará o pedido de impeachment da
presidenta Dilma Rousseff. Os parlamentares aprovaram por 433 votos favoráveis
e um contrário a chapa com os 65 nomes titulares e e respectivos suplentes
indicados pelos líderes partidários. O próximo passo, que será dado ainda hoje,
é a escolha, por voto, do presidente e do relator da comissão especial.
O voto contrário foi o do deputado José Airton (PT-CE). Havia
435 parlamentares em plenário. O presidente da Câmara não votou.
Vinte e três partidos entregaram a lista dentro do horário
estipulado. Apenas o PP perdeu o prazo, mas, por unanimidade, pôde indicar os
nomes em plenário. Pelo PP, os parlamentares que vão compor a comissão são
Aguinaldo Ribeiro (PB), Jerônimo Goergen (RS), Júlio Lopes (RJ), Paulo Maluf
(SP) e Roberto Brito (BA), como titulares.
Outra mudança ocorreu na relação do PMDB, que conseguiu, em
reunião na manhã de hoje, driblar divergências internas e aprovar uma lista
conjunta, entre alinhados ao governo e insatisfeitos com o Palácio do Planalto.
Na hora da votação da chapa, o deputado José Priante (PA), que era um dos
indicados, decidiu retirar seu nome. O líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ),
disse que foi uma decisão pessoal de Priante e pediu para que o partido pudesse
indicar o deputado Altineu Côrtes (RJ) como novo nome. Como o processo de
filiação de Côrtes – que deixou o PR para ingressar no PMDB – não foi concluído
formalmente, segundo Eduardo Cunha, a indicação final foi a do deputado
Leonardo Quintão (MG), que chegou a substituir Picciani na liderança, a pedido
da ala insatisfeita do partido durante o impasse que dividiu oficialmente a
legenda.
A chapa foi aprovada nominalmente, em turno único. A
distribuição das vagas foi definida de acordo com o tamanho dos partidos na
Câmara. Com a janela partidária que permite que até amanhã (18) seja feita a
troca de legendas sem sanções para os parlamentares, a Mesa Diretora da Casa
redistribuiu o número de vagas por todos os partidos.
Cunha disse que espera agilidade “total” da comissão e
informou que, logo após a votação da chapa, ele vai se reunir com os líderes. O
peemedebista lembrou que o ritmo do trabalho depende de prazos regimentais.
“Depende do prazo em que vier a resposta da senhora presidente ao processo. Ela
tem dez sessões para responder. Se responder rápido, será rápido. Se ela levar
as dez sessões, vai levar mais tempo. A comissão é apenas um estágio, quem vai decidir,
no fim, é o plenário, que vai decidir soberanamente”, afirmou.
Com o fim da sessão, assessores do primeiro-secretário da Mesa
Diretora, Beto Mansur (PRB-SP), informaram que o parlamentar irá, pessoalmente,
entregar a notificação sobre o início do processo à presidente Dilma Rousseff
no Palácio do Planalto.
*Agência Brasil