Sidy Batalha integra nova geração de escritores do RN - Foto: Neyson Costa
A
escritora micaelense Sidy Batalha foi destaque do Jornal O Mossoroense deste
domingo (13) ao conceder entrevista para o renomado jornalista Marcio Costa. Na
entrevista a escritora relembra as batalhas que enfrentou na vida até o momento
atual. A micaelense também comenta sobre a preparação para o lançamento do seu
primeiro livro, intitulado “O Lago”, o que foi elaborado após a conquista de
prêmios e reconhecimento, local, regional e nacional.
A menina que “lia almas” – Escritora aprimora técnica literária
despertada aos 9 anos
Onde nascem nossos escritores?
Qual a origem de quem cria, adapta, ou conta, histórias e estórias do nosso
cotidiano? Em meio aos talentos que surgem com o desafio de renovar o segmento
literário do Rio Grande do Norte, um nome ilustra o processo de renovação das
expressões contemporâneas da literatura potiguar.
Trata-se da escritora
micaelense Sidy Batalha. Inspirada na rotina da charmosa serra de São Miguel, a
escritora prepara o lançamento do seu primeiro livro, intitulado “O Lago”,
elaborado após a conquista de prêmios e reconhecimento, local, regional e
nacional.
Ainda criança, Sidy vendia
balas para ajudar na sobrevivência da família e em meio a uma venda ou outra,
captava a alma e a essência das pessoas como fonte de inspiração para o
aprimoramento da veia literária despertada intuitivamente nas ruas da cidade
serrana.
“Minha família sempre foi muito
pobre. Então quando criança eu trabalhava vendendo bala pra ajudar meus pais, e
para ter o que comer no fim do dia. O que me ajudava nesta época era minha
imaginação. Eu observava as pessoas e imaginava mil histórias sobre elas,
depois escrevia”, destaca Sidy Batalha.
Como forma de facilitar a
composição das suas estórias, a menina serrana utilizava uma técnica própria
para formatar seus trabalhos, que cedo começaram a despertar a atenção de
técnicos e críticos do segmento.
“Criava as estórias em forma de
desenho, antes mesmo de escrever. Aos treze anos de idade ganhei o meu primeiro
prêmio com a escrita, um concurso da cidade, cujo o tema era o dia
internacional da mulher”, destaca.
Era apenas o início de uma
trajetória marcada pelo aprimoramento técnico, reconhecimento da crítica, e
pela ocupação gradual de espaços em publicações especializadas no Rio Grande do
Norte, estados do Centro/Sul e até mesmo de outros países.
“Escrevo sobre as pessoas e
seus sentimentos. Sobre o céu triste e o céu alegre. Escrevo sobre a vida e a
morte. Sobre o amor e o ódio, a tristeza e a alegria, a solidão e o
(re)encontro. Eu escrevo sobre tudo o que tocou a minha alma, e principalmente
sobre todos que a tocaram”, conclui.
–
Escritora prepara lançamento do primeiro livro
O sobrenome de Sidy Batalha
coincidentemente se transformou em marca para sua trajetória de vida.
Estimulada pelo pai, ainda criança, voltou suas atenções para a educação, como
forma de superar as dificuldades e dar um rumo ao futuro.
“Meu pai, com inteligência,
caráter, e muito trabalho, tirou a gente do fundo do poço. Ele sempre me dizia
que só o estudo me faria ser alguém na vida. Daí, estudei a vida toda, sem
parar” relata a escritora, que é graduada em Língua Portuguesa e cursa mestrado
em Letras/Literatura.
Após unir inspiração literária
e técnica acadêmica, Sidy Batalha começou a ocupar espaços e vislumbrar novos
horizontes.
“Em 2011 concorri na categoria
conto no primeiro concurso assuense de literatura e fiquei em segundo lugar com
o conto “O Cientista”. Daí por diante, meus poemas e versos começaram a ser
publicados em páginas de poesias de São Paulo e Belo Horizonte. Em 2012, ganhei
mais uma seleção e sai na primeira edição impressa da Revista Cruviana, em
Mossoró.
A primeira experiência
internacional se deu em 2014 com a publicação de poemas num projeto que
englobou escritores de nove países.
Em 2014 fiz parte do livro “O Melhor
de Mim – Poesias Escolhidas Vol II”, um projeto que engloba escritores do
Brasil, França, Espanha, Portugal, Argentina, Uruguai, México, Áustria e
Galiza. Um ideal que teve início com a Libertária e foi abraçado pela editora
Poesias Escolhidas.
Amadurecida, a jovem escritora
de 24 anos encaminha os últimos detalhes para o lançamento do romance “O Lago”
que será apresentado no primeiro semestre de 2016. O romance tem como cenário
uma cidade fictícia inspirada no município de São Miguel e uma temática que não
se limita a fantasia.
“É um sonho de infância. Um
presente para minha cidade de origem. Começou como um conto e foi transformado
num romance. Trato nele algo importante e que se deve ser debatido na
sociedade, a agressão contra a mulher”, conclui a escritora.
*Fonte: Jornal O Mossoroense