Cerca de 92 mil
mulheres foram assassinadas em todo o mundo nos últimos 30 anos, de
acordo com estudo apresentado nesta terça-feira (19), pelo Conselho
Nacional de Justiça (CNJ), por meio da Comissão Permanente de Acesso à
Justiça e Cidadania e do Departamento de Pesquisas Judiciárias. Deste
número, 43,7 mil foram mortas apenas na última década, o que denota
aumento considerável deste tipo de violência a partir dos anos 90.
Segundo o
relatório, o Espírito Santo apresenta a taxa de homicídio mais alta do
país, com 9,8 homicídios a cada 100 mil mulheres. No Piauí, foi
registrada a menor taxa, com 2,5 homicídios para cada 100 mil mulheres.
O local onde mais
comumente ocorrem situações de violência contra a mulher é a residência
da vítima, independente da faixa etária. Até os 9 anos de idade,
conforme foi identificado pelo estudo, os pais são os principais
agressores. A violência paterna é substituída pela do cônjuge e/ou
namorado, que preponderam a partir dos 20 até os 59 anos da mulher. Já a
partir dos 60 anos, são os filhos que assumem esse papel.
Conforme o Mapa
da Violência 2012, e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad/IBGE), ambos apresentados no relatório, mesmo após o advento
da Lei Maria da Penha, a violência contra a mulher é significativamente
expressiva no Brasil. Os registros de homicídio e agressão têm aumentado
nos últimos anos.
O decréscimo nas
taxas de homicídio no ano de aplicação da Lei Maria da Penha (2006) e o
subsequente aumento dessas mesmas taxas nos anos seguintes indicariam
que as políticas atuais necessitam de constante monitoramento para a
efetiva mudança no quadro de violação dos direitos das mulheres. O
relatório também aponta a persistência da vulnerabilidade da mulher no
âmbito de suas relações domésticas, afetivas e familiares, visto que em
quase metade dos casos, o perpetrador é o parceiro, ex-parceiro ou
parente da mulher.
Falta estrutura Desde
o advento da Lei Maria da Penha, em 2006, até o primeiro semestre de
2012, foram criadas 6612 varas ou juizados exclusivos para o
processamento e julgamento das ações decorrentes da prática de
violências contra as mulheres. O estudo analisou apenas os juizados de
competência exclusiva e concluiu que é preciso dobrar o número dos
referidos juizados para atender à demanda atual no país. Atualmente, são
66 unidades, mas o ideal seriam 120. Também é preciso tornar o
atendimento mais proporcional nas cinco regiões do país
O estudo
recomenda a instalação de 54 varas ou juizados da violência contra a
mulher, especialmente em cidades do interior com grande concentração
populacional, para atender de forma adequada à demanda existente.
Observa-se que Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Bahia e Santa
Catarina possuem a pior relação entre população feminina e o
quantitativo de varas ou juizados exclusivos.
*JusBrasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário