Barbosa participou nesta tarde de uma cerimônia em homenagem ao
ex-ministro do Supremo Cesar Peluso. Em entrevista após o evento,
Barbosa criticou o processo de impeachment da ex-presidenta Dilma
Rousseff.
Ao
relacionar o domínio que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald
Trump, terá sobre a Câmara e o Senado dos Estados Unidos e da Suprema
Corte, o ex-ministro do STF disse que naquele país “a coisa se deu pelas
urnas” e não por um processo “controverso e contestado por boa parcela
da população”.
“Nós teremos paz em 2018, com a eleição de um novo presidente da República”, disse.
Trump
Na entrevista, Joaquim Barbosa também disse que a eleição de Trump
para a presidência dos EUA foi um “choque para o mundo ocidental”, mas
não lhe causou surpresa.
“É um choque para o mundo ocidental. O sistema de alianças que foi
montado no mundo ocidental após a Segunda Guerra Mundial, as posições
extremistas de Trump, colocam em risco todo esse sistema. Mas não
acredito que ele vá concretizar nada que ele disse em campanha, porque a
democracia americana é muito sólida, as instituições são muito sólidas.
Se acontecerem, o mundo estará em perigo”, avaliou.
Segundo Barbosa, o resultado da eleição também terá reflexos na
composição da Suprema Corte norte-americana, porque Trump indicará um
novo ministro para o tribunal, provavelmente de caráter conservador.
Lava Jato
Joaquim Barbosa disse que os fatos sobre a corrupção na Petrobras,
investigados na Operação Lava Jato, não o surpreenderam. “Nada disso me
surpreende, conheço muito bem o Brasil.”
Sobre o impacto que o eventual acordo de delação premiada de
executivos da empreiteira Odebrecht pode provocar no sistema político,
Barbosa acrescentou que as instituições de investigação devem funcionar
livremente.
“Desestabilizaria a democracia deixar as coisas correrem soltas, sem
investigação. É importante que os órgãos da Justiça, de persecução
criminal, funcionem regularmente sem qualquer tipo de interferência.
Deixa a Justiça funcionar.”
Agência Brasil