Bolsonaro se gabou de já ter respondido a 30 processos. “É uma
perseguição atrás da outra”, reclamou. Para o deputado, o que está em
jogo hoje é a tentativa de cassar o direito de expressão dos
parlamentares e que continuará usando a tribuna para emitir suas
opiniões. “Minha arma são as palavras, minha bomba atômica é a verdade”,
afirmou.
O
deputado participou da sessão do Conselho de Ética que analisa o
processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Jean Wyllys
(PSOL-RJ) e negou que tenha provocado o colega no episódio da cusparada.
Ele disse que renuncia ao mandato se provarem que ele provocou Wyllys
no dia da sessão do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
O deputado Capitão Augusto (PR-SP), conhecido por andar com a farda
da Polícia Militar paulista pelos corredores da Câmara, saiu em defesa
de Bolsonaro e disse que a mídia teme que ele seja candidato em 2018.
“Ele é o único político que onde vai é ovacionado”, afirmou. Augusto
disse que a imprensa protege Wyllys, já que até hoje não houve nenhum
editorial criticando o ato do parlamentar contra Bolsonaro. “Logo mais
vão dizer que o senhor (Bolsonaro) é culpado”, emendou.
Está na pauta da sessão desta tarde do conselho a votação do
processo disciplinar contra Bolsonaro e a tendência é de arquivamento.
Bolsonaro dedicou seu voto à favor do impeachment da ex-presidente Dilma
Rousseff ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, reconhecido pela
Justiça como torturador durante a ditadura militar.
Na sessão do dia 17 de abril, Bolsonaro fez um discurso que causou
revolta no plenário. “Nesse dia de glória para o povo brasileiro, tem um
nome que entrará para a história nessa data, pela forma como conduziu
os trabalhos nessa Casa. Parabéns presidente Eduardo Cunha. Perderam em
64, perderam agora em 2016 Pela família e pela inocência das crianças em
sala de aula, que o PT nunca teve. Contra o comunismo. Pela nossa
liberdade contra o Foro de São Paulo. Pela memória do coronel Carlos
Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff. Pelo Exército de
Caxias, pelas nossas Forças Armadas. Por um Brasil acima de tudo e por
Deus acima de todos, o meu voto é sim”, discursou.
Agência Estado