A força-tarefa da Operação Lava Jato informou ao juiz Sergio Moro que
a empresa de palestras do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
modificou o cadastro na Receita Federal. De acordo com a Folha de S.
Paulo, a estratégia seria uma "possível alteração de provas" para
induzir as autoridades judiciais a erro.
O Ministério Público
Federal identificou que a empresa de Lula alterou o número do telefone
registrado na Receita Federal após as polêmicas sobre grampos da Lava
Jato terem chegado ao escritório de advocacia que defende o
ex-presidente, o Teixeira, Martins & Advogados.
No entanto,
os procuradores justificaram que o telefone grampeado, que seria do
escritório, estava registrada na Receita Federal como o telefone da
empresa de Lula. Por isso foi solicitada sua interceptação.
A
publicação recorda que o grampo telefônico no escritório gerou polêmicas
e foi alvo de uma reclamação movida no Supremo Tribunal Federal pela
AGU (Advocacia-Geral da União), em nome da presidente Dilma Rousseff.
Após
a polêmica sobre os grampos, os procuradores afirmam que a empresa de
Lula retirou o número do escritório de advocacia de seu cadastro e
colocou outro, inexistente: (00) 1111-1111.
De acordo com o MP,
até o dia 22 de março, o telefone alvo de interceptação ainda estava
ligado à empresa de palestras. Porém, nesta segunda-feira (4), o
registro já não constava no cadastro.
Moro encaminhou a
argumentação do Ministério Público ao Supremo nesta terça-feira (5), em
resposta à reclamação da AGU. O juiz também justifica a sua autorização
aos grampos com base nesta argumentação.
"A autorização concedida
por este juízo tinha por pressuposto que o terminal era titularizado
pela empresa do ex-presidente e não pelo escritório de advocacia, tanto
que na decisão judicial de autorização foi ele relacionada à LILS
Palestras", escreveu Moro.
A Folha destaca ainda que Moro
completou: "De todo modo, ressalvo que não há nos relatórios de
interceptação da Polícia Federal, com a seleção dos áudios relevantes,
diálogos interceptados a partir do referido terminal".
A
reportagem tentou entrar em contato com o Instituto Lula. O órgão
informou que o escritório de advocacia comentaria o assunto. No entanto,
o Teixeira, Martins & Advogados não se pronunciou.
Fonte:Estadão
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