A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta
segunda (4) o Opdivo (nivolumabe), da farmacêutica Bristol, primeiro
medicamento imunoterápico para tratamento de dois tipos diferentes de
tumor: o melanoma (câncer de pele agressivo) e o câncer de pulmão.
Os
imunoterápicos, bola da vez da indústria farmacêutica, são medicamentos
que agem ativando o próprio sistema imunológico para que ele combata a
doença. Estudos mostraram aumento expressivo da sobrevida e poucos
efeitos colaterais em relação às terapias tradicionais.
Na
quimioterapia, as células que se reproduzem mais rápido são destruídas
–o que inclui as tumorais e também algumas células saudáveis.
A
aprovação é importante porque, entre os cânceres, o de pulmão é o que
mais mata no mundo. O Inca (Instituto Nacional do Câncer) estima 28.220
novos casos da doença no país em 2016, cinco vezes mais que os de
melanoma.
Agora falta definir o preço do medicamento, que é
determinado pela Anvisa em negociação com a farmacêutica –deve levar
cerca três meses. Nos EUA, cada aplicação custa cerca de US$ 15 mil (R$
55 mil). No país, esse custo costuma decair em aproximadamente 40%.
O
tratamento combinado com outras drogas pode custar US$ 500 mil ao ano
(R$ 1,8 milhão). Outros imunoterápicos, como o Keytruda
(pembrolizumabe), da MSD, estão na fila de aprovação da Anvisa. O
medicamento ficou "famoso" por ter driblado um melanoma metastático que
já havia atingido o cérebro do ex-presidente daquele país Jimmy Carter,
91.
Segundo Bernardo Garicochea, Coordenador de Ensino e Pesquisa
do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, "nunca mais vai se
tratar câncer de pulmão do mesmo modo depois desse tipo de droga".
"Estamos
falando de remissão de câncer metastático pela primeira vez na
história. Há pacientes em que a doença não volta mais", diz o médico.
De
acordo com a diretora médica de imuno-oncologia da Bristol no Brasil,
Angélica Dimantas, a farmacêutica está trabalhando agora no dossiê para
submissão à Anvisa do Empliciti (elotuzumab), imunoterápico para mieloma
múltiplo, também já aprovado nos Estados Unidos.
No portfólio da
farmacêutica também está o Yervoy (ipilimumabe), contra melanoma. O
medicamento fora aprovado em 2013 pelo FDA (a "Anvisa" dos EUA) e está
disponível no Brasil.
Fonte: Folha de S. Paulo
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