Agricultores do interior do Estado podem ficar menos preocupados em relação às suas plantações. A recomendação é do chefe do setor de Meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), Gilmar Bristot, que apresentou ontem (21) a previsão de chuvas para o próximo trimestre no RN, exceto o litoral. A expectativa é que as precipitações fiquem entre normal e abaixo da normalidade, ou seja, entre os 301 e 401 milímetros, variando em algumas regiões de 230 aos 600 mm de março a maio.
Segundo as análises, apresentadas na III Reunião de Análise e Previsão Climática para o Norte do Nordeste do Brasil,a probabilidade de índices pluviométricos normais é de 45%, no Rio Grande do Norte. Porém, o prognóstico também aponta 30% para que sejam abaixo do normal e 25%, acima do normal. Durante apresentação das análises, Gilmar Bristot lembrou da importância dessa previsão, já que corresponde ao período que mais se registra chuvas nas regiões afetadas pelo desabastecimento. “Se não chove nesse período [entre os meses de março e maio] fica difícil no resto do ano”, disse ele.
O meteorologista afirma que as previsões para este ano são melhores que em 2013, mas ainda se considera chuvas entre o nível normal e abaixo da normalidade em 2014. “Essas chuvas já devem começar entre o fim de fevereiro e o início de março. Por isso, já foi recomendado que os agricultores do Alto Oeste e da região Central, incluindo o Seridó, comecem o plantio, para que o período mais provável das chuvas coincida com o período em que a água é essencial à plantação, em meados de março”, destaca Gilmar Bristot.
O meteorologista afirma que a estimativa considera, entre alguns pontos, a elevação da temperatura de águas oceânicas. “As temperaturas dos oceanos Atlântico e Pacífico favorecem o deslocamento da Zona de Convergência Intertropical [ZCIT] para o Nordeste”, disse. A ZCIT é considerada um dos mais importantes sistemas meteorológicos atuantes nos trópicos, influenciada por rotas de ventos, temperatura da superfície do oceano e região de encontro de nuvens próximo à linha do Equador. Mas, Bristot lembra que, pela natureza, o quadro pode evoluir ou recuar para uma atuação desfavorável.
Presente no evento, a governadora Rosalba Ciarlini lembrou o problema de abastecimento nas maiores cidades do Estado, como Pau dos Ferros, Currais Novos e Caicó, que já estão com reservatórios em estado crítico. Na região do semiarido, reservatórios têm armazenamento em torno de 25% e 30% de sua capacidade máxima.
Para isso, a governadora afirma que dará continuidade às obras estruturantes para construção de um “anel de águas”, além de estudar novos projetos para o Seridó e Alto Oeste. “Tivemos uma previsão de inverno normal. Mas não não é suficiente para repor os reservatórios. Teremos melhorias, mas não será suficiente para que todos venham a ficar em um nível que assegure uma tranquilidade. Como foram dois anos de seca, estamos em um limite crítico. Poderemos ter mais segurança, mas não será suficiente. Continuaremos em estado de emergência, com medidas para atender a população”.
Pedro Andrade
repórter
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