Bastava ter-se tornado réu por corrupção em processo aberto no Supremo
Tribunal Federal para que o senador Aécio Neves tivesse a certeza que sua
carreira política está com os dias contados. Mas, não. O pior estava por vir.
E a sexta-feira 13 de abril do ano da graça de 2018 chegou para ele como
se fosse um tsunami. O ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio (PMDB-PR) acusou
Aécio de tê-lo pressionado com o pedido de indicação de um delegado amigo para
cuidar do seu caso.
Sérgio Andrade, acionista da construtora Andrade Gutierrez, confirmou em
depoimento à Polícia Federal que pagara propina de R$ 35 milhões a Aécio
mediante um contrato fajuto firmado com um dos maiores amigos dele, o
empresário Alexandre Accioly.
Por sua vez, Joesley Batista, dono do Grupo JBS, afirmou ter repassado
R$ 110 milhões a Aécio para a campanha eleitoral de 2014, além de um
“mensalinho” de R$ 50 mil durante dois anos para ajudá-lo a se manter. Quer
mais? E tudo de uma vez?
Faz 33 anos, hoje, que morreu sem tomar posse o presidente Tancredo
Neves, avó de Aécio, que o inspirou a entrar na política. À época, Aécio não
passava de um garoto mimado, filho de família rica, dado a extravagâncias e que
vivia na gandaia.
Cometeu, como observou uma vez o ex-presidente José Sarney, o grave erro
de prolongar sua juventude despreocupada e irresponsável. Um mandato de
deputado federal, dois de governador de Minas e um de senador depois, deu no
que se vê.
Em 2014, por pouco, não se elegeu presidente da República. Parecia escrito
nas estrelas que tinha tudo para se eleger desta vez depois do governo
desastroso de Dilma e do seu trágico fim. Não se elegerá, sequer, deputado
federal. Corre o risco de acabar preso. Como Lula.
Ao contrário de Lula, quem antes bajulava Aécio quer distância dele.
Geraldo Alckmin, candidato do PSDB a presidente, já disse que Aécio não deve
ser candidato a nada. Se for, o senador Antônio Anastásia, candidato do PSDB ao
governo de Minas, desistirá de ser.
Que destino, o desse rapaz.
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