Presos provisórios há mais de seis meses por crimes não
hediondos e equiparados terão casos analisados. Defensores vão peticionar a
liberdade. Eles pedirão progressão de pena dos condenados que têm direito ao
benefício.
"É melhor colocá-los no semi-aberto, com
tornozeleiras ou penas alternativas do que jogar esses jovens na mão do crime
organizado, de onde eles jamais sairão", aponta Jungmann.
Defensora pública geral do Estado, Mariana Lobo destacou
que a população
carcerária do Ceará tem média de 66% de presos provisórios,
enquanto no Brasil a média é de 40%. Os números são do Levantamento Nacional
de Informações Penitenciárias (Infopen). O sistema prisional cearense tem ainda
a segunda taxa mais
elevada de superlotação, com 309%.
"É uma ação de interesse da sociedade. Grupo de 45
defensores públicos de várias partes do País vão compor o mutirão, junto a
defensores locais. Ao todo, equipe
de 65 profissionais devem analisar os casos desses detentos (condenados
que tenham direito a progressão de regime e presos provisórios há mais de 180
dias por crimes não hediondos ou equiparados)", explicou Mariana,
reforçando que o intuito é reduzir a população carcerária.
No País
Depois do Ceará, Goiás e Pará devem receber o mutirão, em
agosto e setembro, segundo o cronograma apresentado pelos defensores. A
iniciativa deve seguir até dezembro.
“Nesses três estados faremos um esforço muito grande para
contribuir para a melhora do sistema prisional”, disse o vice-presidente do
Condege, André Castro. Segundo ele, o calendário deverá ser estendido para
outros estados, conforme avaliação técnica que será realizada pela defensoria
pública em parceria com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
“Hoje, temos uma superpopulação carcerária, que
transforma os nossos presídios em arenas de conflitos, que terminam em
massacres. É preciso também que aqueles que já cumpriram a pena e poderiam
estar fora venham a sair. Fazendo isso estamos reduzindo o deficit de vagas no
sistema prisional e outros que tenham cometido crimes considerados hediondos
poderão entrar”, defendeu Jungmann.
Nos últimos dois anos, o programa Defensoria sem
Fronteiras do Condege fez mutirões nos estados do Amazonas, Roraima, Rondônia e
Rio Grande do Norte. Em todos eles, após o mutirão, houve redução do número de
presos.
Relatórios
Jungmann pediu aos governadores de todos os estados um
relatório sobre a situação dos presídios e da violência em cada estado. As
unidades da federação que não repassarem os dados vão ficar sem receber
recursos da União
“Não vamos passar dinheiro sem haver um compromisso dos
estados. É o que chamamos de contrato de gestão. Queremos melhorias, redução
dos índices de violência, de homicídios, melhores formação de profissionais”,
diz o ministro.
O Povo/Agência Brasil