Meteorologistas do Nordeste e de institutos nacionais estiveram reunidos na sede da Empresa de Pesquisa Agropecuária (Emparn), no município de Parnamirim, desde ontem (24) para estudar os parâmetros meteorológicos para os próximos três meses nas regiões de litoral e semiárido nordestino. Com base nos dados analisados durante a II Reunião de Análise e Previsão Climática para o Norte do Nordeste do Brasil, a previsão é que as chuvas sejam normais ou abaixo do esperado durante os meses de março a maio no semiárido.
Segundo o meteorologista Gilmar Bistrot, o relatório com as análises meteorológicas será entregue ao Governo do Estado para que este possa planejar as ações a serem desenvolvidas nas próximas semanas no Rio Grande do Norte, sobretudo no semiárido. Ele disse que a expectativa é que seja registrado entre 650 a 700 mililitros de chuva durante os três meses na região.
“Esses valores equivalem ao que chamamos de normal para a área neste intervalo de tempo no semiárido, mas pode ser que seja registrado menos que isso, ou seja, que as chuvas sejam abaixo do esperado. Já para o litoral, a situação é mais tranquila e a expectativa é que ocorram chuvas dentro do esperado para esse período do ano. E, em março, nos reuniremos na cidade de Recife, para analisar os dados para o Leste do Rio Grande do Norte”, explicou.
Na última reunião, ocorrida no Ceará em dezembro passado, os meteorologistas concluíram a análise para os meses de fevereiro a abril, quando previram chuvas abaixo do esperado para o período. Conforme o documento divulgado, “existe uma tendência de que as chuvas para os próximos três meses de 2015 apresentem valores abaixo da normalidade, com grande variabilidade temporal e espacial, conforme os seguintes percentuais: 45% abaixo do normal; 35% dentro do normal e apenas 20% acima do normal”.
Ontem, primeiro dia do evento, foram discutidas as condições pluviométricas referentes aos meses anteriores, com destaque para os índices de chuvas ocorridas nos estados nordestinos. Já com relação às condições hídricas do Rio Grande do Norte, foi abordada a deficiência no armazenamento de água nos principais reservatórios do semiárido, com algumas regiões em situação próxima ao colapso total no abastecimento, entre elas as microrregiões do Seridó Ocidental e Oriental, Borborema Potiguar e o Alto Oeste. O secretário Estadual de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Mairton França, está participando de reuniões com superintendentes da Agência Nacional de Águas (ANA) e dos ministérios da Integração e do Meio Ambiente em Brasília.
Chuvas causam apreensão em Natal
As chuvas que atingem a Capital desde terça-feira (24) causaram alguns contratempos em diversas áreas da cidade, atingidas por alagamentos e pavor para uma família no bairro de Mãe Luíza, que foi surpreendida por um princípio de deslizamento de terra durante a madrugada de hoje. Já as obras de recuperação da área destruída pela formação de uma cratera que engoliu dezenas de imóveis em junho passado não foram afetadas.
Segundo o coordenador da Defesa Civil de Natal, Eugênio Soares, os pontos de alagamentos foram registrados em todas as áreas da cidade, sobretudo nas zonas Norte e Leste, onde foi preciso um trabalho de monitoramento mais firme. Ele disse que o órgão está em estado de alerta para possíveis chamadas nas próximas horas, já que a previsão da Emparn é que continue chovendo até sábado na região.
“Em Mãe Luíza, foi um pequeno deslizamento de terra que atingiu um imóvel próximo ao local onde se abriu a cratera. Felizmente, não foi nada grave e a equipe deslocada até a região e fez a contenção da barreira para evitar novos problemas. Apesar das fortes chuvas que caem desde ontem, não houve nenhum ferido ou desabrigado. Estamos em alerta para possíveis casos, monitorando constantemente os pontos críticos”, afirmou.
Ele disse ainda que, quem souber ou passar por algum problema causado pelas chuvas, deve telefonar diretamente para o Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp), no número 190. “Eles transferem diretamente a ligação para a Defesa Civil, para que possamos agir rapidamente”, alertou.
Jornal de Hoje