Em alguns momentos o
futebol brasileiro beira o surrealismo. É mais estranho que a ficção.
Você assinaria um acordo com uma multa de 50% do valor acertado em caso
de atraso? Essa é uma particularidade do acerto entre o atacante Deivid
com o Flamengo para quitação dos direitos de imagem atrasados do atleta
com seu antigo clube.
E você pensou que as
operadoras de cartão de crédito é que são implacáveis... No contrato
divulgado pelo Globo.Esporte.com fica claro o quanto a atual diretoria
do Flamengo desdenha da lógica. Para simples efeito de comparação, os
juros médios de cartão de crédito são de 10,41% ao mês (conforme dados
da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e
Contabilidade [Anefac] de setembro). Caso atrase o pagamento o Flamengo
vai pagar quase cinco vezes os juros de cartão de crédito.
Consultada, a assessoria
da presidência do Flamengo informou que motivo do percentual elevado da
multa é motivado pelo receio do atleta em não receber o que lhe é
devido no prazo estipulado.
Conforme o acordo, a
primeira e mais alta parcela da dívida de R$ 5,4 milhões a parcela
deveria ser depositado no dia 15 de setembro, mas o pagamento de R$ 2,9
milhões só foi efetuado no último dia 28 do mesmo mês. Ou seja, já na
primeira parcela o clube quase teve que pagar 50% de multa.
O clube ainda terá que
pagar R$ 300 mil aos advogados do atleta em três parcelas, também com
multas em caso de atraso. Para piorar ainda mais são dadas como garantia
as cotas de transmissão de jogos por parte do clube. O acordo foi
assinado por Patrícia Amorim e pelo advogado do clube, André Galdeano
Simões.
Que Deivid deve receber o
que lhe é devido eu concordo. Afinal, o atleta (que está atualmente no
Coritiba) cumpriu com seus deveres profissionais (mesmo depois de entrar
com um processo contra o clube). O que me surpreende é a capacidade da
atual diretoria do Flamengo de tomar decisões que possam prejudicar o
clube.
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