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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Falta de água nas torneiras completa um ano no município de Luís Gomes

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Na próxima segunda-feira (29), a cidade de Luís Gomes (452 de quilômetros de Natal) completa um ano sem água nas torneiras e bate um triste recorde no Estado. O colapso no sistema de abastecimento teve início em outubro de 2011 quando secou o açude Dona Lulu Pinto, principal manancial do município, deixando toda a população à mercê de carros-pipa. A partir daí, deu-se início a uma corrida desesperada por água potável que gerou filas e bate bocas durante meses. 
Só para se ter uma idéia, nos últimos 12 meses, os governos Federal, estadual e municipal disponibilizam juntos cerca de 300 mil litros de água tratada por dia para atender à demanda da cidade. Sem contar com os carros particulares que abastecem as residências por um preço médio de R$ 20,00, uma caixa com mil litros. Todo esse líquido é transportado em caminhões-pipa que viajam mais de 100 km -- entre ida e volta -- e circulam dia e noite distribuindo em diversos pontos os milhares de litros para suprir a necessidade dos mais de 2 mil lares.
Atualmente as cisternas comunitárias estão com o abastecimento regular. As filas, que antes geravam confusões, estão mais controladas e mais educadas. Passado os momentos mais críticos, aqueles em que toda água chegada era pouca e parecia não render nas caixas, moradores das zonas urbana e rural convivem e se adaptam naturalmente a um dos mais longos períodos de estiagem que a serra de Luís Gomes já viu. 
Adaptação - Ser breve ao tomar um banho e reutilizar o mesmo líquido no vaso sanitário, são apenas duas das várias formas de economizar que o povo serrano aprendeu nos últimos 365 dias e, é também, uma prova de que o homem é um produto do meio em que vive.
O crescente agravamento da falta de água em Luís Gomes não só mostrou que o homem pode se adequar ao meio em que vive como levou as pessoas a estabelecer normas próprias para economizar e mudar seus hábitos com relação ao consumo racional da água.
O costume de lavar carros e calçadas, deixar caixas transbordando por toda a noite e o desperdício de água de uma forma geral, práticas comuns nos tempos de abundância, já não são mais vistos nos dias atuais. 
*Texto e foto de Alguiberto Morais publicado no Site Serra de Luís Gomes


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