Rosalba Ciarlini diz que decreto "adubou o terreno das melhorias".
Sesap estipula prazo de um ano para fim de pacientes em corredores.
Governadora Rosalba Ciarlini; o titular da Sesap,Isaú Gerino, e o coordenador do Plano, Luiz
Roberto Fonseca
Passados seis meses da decretação de estado de calamidade pública na
Saúde do Rio Grande do Norte, através do Decreto nº 22.844 assinado no
dia 4 de julho de 2012, o cenário nos corredores dos hospitais mantidos
pelo Governo do Estado pouco mudou em relação ao período anterior à
confirmação da situação calamitosa. Para a governadora Rosalba Ciarlini,
entretanto, "o terreno para a colheita da melhoria foi preparado" e, em
breve, a população potiguar começará a sentir os efeitos dos 180 dias
do Decreto, que culminou na liberação de recursos federais e posterior
financiamento de reformas e ampliações de unidades hospitalares,
ativação de novos leitos de clínica médica e Unidades de Terapia
Intensiva (UTIs). Há, ainda, uma novidade que ainda não foi detalhada
pelo Executivo Estadual: a criação da Força Estadual de Saúde.Roberto Fonseca
"Nós preparamos o terreno para colher a melhoria. Nós temos que pensar a Saúde como um todo: na prevenção, vigilância e no tratamento", argumentou a governadora, que é médica pediatra. Ela destacou, ainda, que tudo o que se refere à Saúde deve ser tratado com prioridade. Indagada, porém, sobre a realidade dos corredores do Hospital Walfredo Gurgel, em Natal, irem de encontro com o discurso defendido pelo Governo do Estado, Rosalba Ciarlini respondeu com ênfase: "Nós não estamos dizendo que acabamos com as filas, com os pacientes nos corredores. Nós estamos ampliando a oferta de leitos e isto será sentido em breve. As reformas estão sendo feitas e há leitos de retaguarda em diversos hospitais. Eu reconheço e sei que a gente tem muito o que melhorar".
Rosalba Ciarlini: "Sei que a gente tem muito a
melhorar" (Foto: Ricardo Araújo/G1)
Dentro do Plano de Enfrentamento para os Serviços de Urgência e
Emergência, o Governo do Estado incluiu a criação da Força Estadual de
Saúde. O anúncio do novo projeto, porém, foi superficial e não detalhou
quanto será investido, quantos profissionais estarão envolvidos e de que
forma atuarão e qual infraestrutura será disponibilizada. "Será um
custo mínimo. Não terão custos adicionais. A Força Tarefa irá atuar em
situações de calamidade, em mutirões de cirurgias, em casos de greves,
em catástrofes", limitou-se a comentar a governadora. Ela adiantou,
contudo, que não próxima semana será publicado um decreto oficializando e
detalhando a operacionalização da Força Estadual de Saúde. Além desta
iniciativa, Rosalba disse que mais nove enfermeiros e 22 médicos
aprovados no último concurso da Secretaria Estadual de Saúde (Sesap)
foram convocados nesta sexta-feira (4).melhorar" (Foto: Ricardo Araújo/G1)
Corredores liberados em até um ano
Kátia Mulatinho: "Esperamos que em um ano não tenham mais pacientes no corredor"
(Foto: Ricardo Araújo/G1)
Segundo a secretária adjunta da Sesap, Kátia Mulatinho, serão
necessários pelos menos mais 365 dias para que os corredores do Hospital
Walfredo Gurgel sejam esvaziados. "Há uma superlotação nas
maternidades, hospitais e uma falência da Saúde do Municiípio de Natal,
temos que reconher isso. Mas em relação ao Hospital Walfredo Gurgel, eu
acredito que em até um ano não teremos mais pacientes nos corredores,
com a ampliação dos leitos", asseverou.(Foto: Ricardo Araújo/G1)
Para o titular da Sesap, Isaú Gerino, o esforço do Estado só será cessado quando não existirem mais pacientes nos corredores, pois isto mancha a imagem do Governo. "Foi plantada a semente. Está sendo adubada, irrigada e estamos vendo os primeiros brotos, brotarem", metaforizou o secretário em relação aos avanços na Saúde estadual.
Objetivos alcançados
Luiz Roberto Fonseca: "Quando vocês viram 12 hospitais em reforma no RN?"
(Foto: Ricardo Araújo/G1)
Para o coordenador do Plano de Enfrentamento para os Serviços de
Urgência e Emergência, Luiz Roberto Fonseca, o encerramento do prazo do
vigência do decreto coincide com "o alcance pleno dos objetivos
traçados" ao longo dos últimos 180 dias. "Encerramos o decreto com os
objetivos plenamente alcançados. Sanaremos os problemas com a ampliação
dos hospitais e leitos e melhorias na infraestrutura. Quando vocês viram
12 hospitais estaduais sendo reformados simultaneamente no Rio Grande
do Norte", indagou Fonseca. Ele enfatizou que o Plano de Enfrentamento
não se encerra com o fim do decreto e disse, ainda, que " este é o
retrato de uma gestão que, em seis meses, deu uma resposta na melhoria
da infraestrutura dos hospitais".(Foto: Ricardo Araújo/G1)
Para ele, os municípios devem assumir suas responsabilidades na área da Saúde. Visto que, o custeio é tripartite - União, Estado e Municípios - com os municípios atendendo os casos de baixa e média complexidade e os Estados com os casos de alta complexidade. "Nós temos um compromisso com os pacientes. Se nós fechássemos as portas do Walfredo Gurgel, para onde mandaríamos os pacientes que não são urgência e emergência? Para onde? Nós mantemos os hospitais para atendimento de casos que são responsabilidade dos municípios", enfatizou Luiz Roberto Fonseca. Ele enfatizou, ainda, que diferente das informações que circulam sobre a inoperância do helicóptero do Governo do Estado, Potiguar I, por falta de combustível, a aeronave passará por manutenção periódica a partir do próximo dia 15 de janeiro e não falta combustível.
G1 Rio Grande do Norte,
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