Nem todos os 5.564 municípios brasileiros verão os prefeitos
eleitos em 2012 tomarem posse neste 1º de janeiro. Em 59 cidades, os candidatos
que tiveram mais de 50% dos votos concorreram com os registros de candidatura
indeferidos e isso levará à realização de novas eleições. Nestes casos, os
presidentes das câmaras de vereadores irão assumir as prefeituras até que o
novo pleito aconteça.
Em sete municípios as novas eleições já estão marcadas. É o
caso de Guarapari (ES), onde a Justiça Eleitoral já convocou a nova votação
para o dia 3 de fevereiro. Em Campo Erê (SC), Criciúma (SC), Tangará (SC),
Balneário Rincão (SC), Bonito (MS) e Camamu (BA), os pleitos estão marcados
para o dia 3 de março.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não conseguiu encerrar o
ano do Judiciário, no último dia 19, tendo julgado todos os processos relativos
às eleições municipais de 2012. Apesar disso, a presidenta do tribunal,
ministra Cármen Lúcia, anunciou que 90% dos 7.781 recursos sobre registros de
candidaturas foram julgados e tiveram alguma decisão. Com isso, cerca de 780
recursos ainda ficaram pendentes de decisão e os casos devem ser resolvidos em
2013.
Ao todo, os processos referentes às últimas eleições
municipais somaram 9.189 casos. Entre esses e outros casos, o tribunal julgou
um total de 14.048 processos em 2012. Segundo o TSE, a quantidade de processos
distribuídos em 2012 foi 30% maior do que a das eleições municipais de 2008.
Naquele ano, a corte recebeu 6.026 processos sobre registros de candidatura,
sendo que 96% haviam sido julgados até o encerramento do ano.
As últimas eleições foram as primeiras com plena aplicação da
Lei da Ficha Limpa. Aprovada em 2010, a norma endureceu as regras para que um
político possa se candidatar. O percentual de julgamento de recursos da Lei da
Ficha Limpa é ligeiramente menor que a média geral: dos 3.366 recursos
recebidos pelo TSE, 2.971 foram julgados, cerca de 88%.
As sessões de julgamento do plenário do TSE serão retomadas
em 1º de fevereiro, mas o tribunal funciona em esquema de plantão até o dia 6
de janeiro com a presença da presidenta Cármen Lúcia. No entanto, ainda não é
possível saber se os processos pendentes sobre as últimas eleições poderão ter
decisões monocráticas da ministra, ou se deverão aguardar pelo retorno das
atividades plenárias.
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