No mês de setembro
passado, em um hotel de Fortaleza-CE, autoridades do futebol nordestino e
nacional realizaram o sorteio dos grupos da Copa do Nordeste 2013. O
torneio acontecerá entre os meses de janeiro e março e encurtará o
período de realização dos estaduais de Alagoas, Ceará, Bahia, Paraíba,
Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Após dois anos sem a
competição (a última realizada foi em 2010) o torcedor nordestino vai
poder assistir a clássicos regionais emocionantes (Vide a final do
Campeonato Baiano de 2012), recheados de rivalidade e com a garantia da
CBF, para a edição de 2013, de premiação em torno de R$ 1 milhão pela
conquista da Copa.
A competição, que tem
origem no antigo Torneio José Américo de Almeida Filho de 1976, só
passou a ser organizada pela CBF e acontecer com certa regularidade a
partir de 1997, ano em que o Vitória se sagrou campeão.
Alegando falta de espaço
no calendário nacional, a CBF interrompeu a competição no ano de 2004.
Os clubes, que tinham contrato com a Confederação Brasileira garantindo a
realização de mais edições, processaram a entidade e em acordo fechado
em 2009 conseguiram o retorno da Copa no ano seguinte.
Mas por que tanto
interesse dos clubes do Nordeste em garantir a realização do regional,
"espremendo" os estaduais, se em outras regiões as competições
semelhantes já foram extintas?
Observando os resultados
das edições anteriores se pode observar que a competição é extremamente
atraente em termos de visibilidade e receita, tanto para os clubes
menores como para os clubes que disputam as principais competições
nacionais.
Cassio Zirpoli, do
Diário de Pernambuco, postou em seu blog que a receita geral da Copa do
Nordeste de 2002 ficou por volta dos R$ 15 milhões. A média de público,
por exemplo, ficou por volta de 11 mil torcedores por jogo. Número muito
próximo da média de público da Série A do mesmo ano e muito superior à
média do Campeonato Paulista deste ano (2012), que costuma ser o
campeonato estadual com as melhores médias de público do país.
As cotas de TV de 2002
chegaram a uma média de R$ 750 mil por clube. Parece pouco se comparado
com as cifras milionárias recebidas pelos clubes da Série A do
brasileirão, mas se considerado o tamanho da competição é um valor
bastante significativo principalmente sabendo que a Maioria dos clubes
as Série B receberam este ano, por toda a competição, algo em torno de
R$ 2 milhões e alguns dos clubes participantes da Copa do Nordeste não
estão sequer na Série B. Esses valores permitem aos clubes melhor
estruturação e planejamento para alcançar objetivos maiores.
Outro ponto importante: a
CBF garantiu que a partir de 2014 o campeão da Copa do Nordeste terá
vaga garantida na Copa Sul-Americana do mesmo ano. A possibilidade de
participar de uma competição continental torna o Regional ainda mais
atrativo para as equipes menores, que teriam dificuldades em garantir
acesso à Série A do Brasileiro para pleitear uma vaga na competição
continental.
O calendário sem choques
com outras competições também pode se tornar interessante para os
clubes e para o torcedor, pois permitiria às equipes jogarem com os
principais jogadores constantes no plantel no início do ano.
Por fim permite ao
torcedor grandes espetáculos entre equipes tradicionais da região, que
sempre teve destaque pela presença massiva nos estádios independente da
divisão de seu clube do coração.
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