Ao
longo de 30 anos de atuação no Brasil o Conselho Nacional de Igrejas
Cristãs (CONIC) mantém como objetivo “a promoção das relações ecumênicas
entre as Igrejas Cristãs e o testemunho conjunto das Igrejas-Membro na
defesa dos Direitos Humanos como exigência de fidelidade ao Evangelho”.
São
cinco as Igrejas-Membro que fazem parte do Conselho. A Igreja Católica
Apostólica Romana – ICAR, a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil – IEAB,
a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB, a Igreja
Sirian Ortodoxa de Antioquia – ISOA e a Igreja Presbiteriana Unida –
IPU. Fundado em 1982, em Porto Alegre (RS), o CONIC tem hoje a sua sede
em Brasília (DF).
A
Pastora Romi Márcia Bencke, eleita recentemente secretária-geral do
Conselho, lembra que a construção da unidade entre as diversas Igrejas é
mantida pelo respeito à identidade de cada uma e ao objetivo comum, que
consiste na luta pelos direitos humanos.
“O
Conic faz esse trabalho de facilitação e do diálogo e as cinco
Igrejas-Membro sempre foram muito presentes de maneira, que podemos dar
nosso testemunho evangélico à sociedade na busca pelos direitos
humanos”.
Romi
destaca das ações realizadas pelo Conselho a Semana de Oração pela
Unidade dos Cristãos e as Campanhas da Fraternidade de caráter
ecumênico.
“Entre
as principais ações do CONIC está a Semana de Oração pela Unidade dos
Cristãos, que acontece todos os anos. Ela é um movimento internacional e
aqui no Brasil quem coordena essa atividade é o CONIC. Outra ação tem
sido a Campanha da Fraternidade Ecumênica, que já realizamos três. A
última em 2010 foi um momento de abertura muito grande”.
A
secretária-geral informa que está em processo de debate uma consulta
sobre diálogo religioso para todos os regionais do CONIC, para que
“possa ser discutida a possibilidade de abertura ao diálogo para outras
religiões, contemplando o aspecto inter-religioso”.
Sobre
como pode ser promovido o ecumenismo, a pastora da Igreja Evangélica de
Confissão Luterana no Brasil, afirma que é na vivência que ele
acontece.
“O
ecumenismo se promove na vivência. O ecumenismo institucional feito
pelo CONIC é um pouco difícil, mas quando vamos ao dia a dia das
pessoas, ele acontece sem essa reflexão teórica, mas na prática. Entre
leigos o ecumenismo acontece de uma maneira muito autêntica muitas
vezes, eles não sabem que é ecumenismo, mas eles vivenciam essa
realidade”.
O estabelecimento de relações ecumênicas é possível quando as pessoas estão abertas, afirma Romi.
“Sempre
que as pessoas tem essa abertura, é quando o outro não representa uma
ameaça, quando estou convicto da minha pertença, mas eu quero conhecer o
outro”.
Ao
contrário, quando há disputa pelos membros, o que Romi chama de
“mercado religioso” acaba gerando a intolerância que ocupa o lugar do
diálogo e do respeito.
“Dentro
de um contexto de um mercado religioso das Igrejas que não querem
perder seus membros acontece a questão da disputa. Esse movimento acaba
prejudicando o ecumenismo e pode conduzir à intolerância. Dentro de uma
conjuntura atual, em que muitos brigam pelos seus membros é gerada a
intolerância”.
O
ex-presidente Gottfried Brakemeier em mensagem no site do Conselho
lembrou a busca pela unidade cristã promovida pela entidade.
“Sempre
considerei o CONIC uma das mais importantes organizações ecumênicas do
País. É foro de diálogo e mesmo de disputas. Conjuga iniciativas das
Igrejas e estimula o esforço pela unidade cristã. Os tempos mudaram. Mas
o desafio permanece. Jesus Cristo convida as Igrejas que integram o seu
corpo a cooperar no crescimento do reino de Deus em prol da salvação da
criatura e da glória de Deus”.
A secretária-geral destacou ainda, que o tema da semana dedicada ao ecumenismo em 2013, irá refletir o tema: ‘O que Deus exige de nós’ sobre a realidade social dos dalits na Índia.
Hoje
(30) às 20h, acontece uma celebração em comemoração ao aniversário do
Conselho na Paróquia São José Operário em Brasília (DF), nessa ocasião
será lançada a consulta sobre o diálogo inter-religioso.
Portal A12
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