Tempo tem de sobra até a diplomação, resta saber se a decisão será
favorável ou não. É assim que o Ministério Público Eleitoral (MPE) em
Mossoró está encarando as representações que ingressou na Justiça
Eleitoral contra a vereadora Cláudia Regina, do DEM, que conseguiu ser
eleita prefeita de Mossoró.
A expectativa é que, pelo menos, uma decisão
liminar seja proferida até o dia 18 de dezembro, que é a data que o
juiz eleitoral, Pedro Cordeiro, decidiu marcar para a diplomação dos
eleitos.
"Tempo para julgar tem de sobra, né? E esperamos que isso ocorra,
pelo menos, uma decisão liminar seja proferida", afirmou Karine Crispim,
uma das promotoras de Mossoró que assinaram as representações contra
Cláudia Regina por ações vedadas durante a campanha eleitoral (compra
de votos e abuso de poder político) que podem impedir que a prefeita
eleita seja empossada no dia 1º de janeiro.
Karine Crispim e Ana Ximenes deram entrada nas representações no dia 7
de novembro e, de lá para cá, o juiz eleitoral, Pedro Cordeiro, está
dando tempo para a defesa de Cláudia Regina e dos demais representados,
entre eles, a governadora Rosalba Ciarlini e o secretário-chefe do
Gabinete Civil de Mossoró, Gustavo Rosado, se manifestar. "Já fizemos
tudo que podíamos fazer. As provas são fortes e esperamos o julgamento",
explica Crispim.
Há tantas provas de que houve compra de votos e uso da máquina
pública em Mossoró, inclusive, que Karine Crispim já antecipa que caso a
decisão não seja favorável, o MP vai sim recorrer da decisão, no caso,
ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). "As provas apresentadas na
representação podem valer para as duas coisas, tanto para uma decisão
antes da diplomação, quanto para depois", explicou a promotora, que na
representação contra Cláudia Regina e Wellington Filho, do PMDB,
candidato a vice da chapa do DEM, solicitou que fosse cassado o registro
da chapa ou, se a decisão fosse proferida depois, cassasse a
diplomação.
Assim como Ana Ximenes, que em entrevista ao Jornal de Hoje não
amenizou nas palavras e garantiu que o voto não foi livre em Mossoró,
Karine Crispim também não poupou críticas às atitudes tomadas pelos
candidatos democratas na "Capital do Oeste". "Foi algo muito complicado
mesmo. Muito tumultuado o processo eleitoral, muitas denúncias", afirmou
a promotora.
"Nossas provas vão de autos da prisão em flagrante a declarações
feitas pelos próprios representados. São robustas. O que não foi livre
foi o sufrágio em Mossoró", garantiu a promotora Ana Ximenes. "A
realidade não é feita de retórica, e sim de fatos. As provas mostram que
houve compra de votos", ressaltou.
Informações do Jornal de Hoje
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