O
presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta
sexta-feira, 5, acreditar que a reforma da Previdência já tem mais do que os
votos necessários para passar no plenário da Casa, mas ponderou que eventual
inclusão de Estados e municípios pode inviabilizar sua aprovação.
O
governo sinalizou nesta sexta-feira que trabalhará pela extensão das novas
regras previdenciárias aos entes federativos. Mas, segundo o presidente da
Câmara, que a partir do sábado irá “organizar” a votação e contabilizar o apoio
à matéria, isso poderia custar de 50 a 60 votos, ainda que o clima atual esteja
melhor do que o verificado quando a proposta do ex-presidente Michel Temer
seguia para o plenário.
“O
resultado de ontem –e vamos trabalhar para que seja o mesmo resultado no
plenário– é o resultado da maturidade da sociedade brasileira”, disse Maia a
jornalistas no evento Expert XP 2019, em São Paulo.
“Porque
se os deputados estão preparados para votar a matéria, e acredito que estejam,
acredito que a gente tenha número acima de 308, é porque os eleitores desses
deputados passaram a compreender que esse sacrifício da Previdência é um
sacrifício que vale a pena”, afirmou.
Por
se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a reforma da
Previdência precisa angariar o voto favorável de ao menos 308 deputados, o
equivalente a três quintos do plenário da Câmara, em dois turnos de votação.
Ainda
que tenha considerado o texto da reforma aprovado pela comissão especial na
véspera “muito bom”, o Ministério da Economia espera que, no plenário, os
deputados votem por manter Estados e municípios e aprovem ainda a autorização
para o regime de capitalização, pontos considerados fundamentais pela equipe do
ministro Paulo Guedes, mas pontos de atrito entre os parlamentares. A avaliação
é do secretário especial adjunto de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco.
Na
mesma linha, o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), afirmou que
deputados articulam a inclusão de uma emenda que obrigue os governadores a
aprovar nas respectivas Assembleias Legislativas mudanças nas regras
previdenciárias.
O
líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), por sua vez, afirmou, em
seu perfil do Twitter, que há um forte sentimento entre senadores para que os
entes federativos estejam na proposta.
“Esse é o sentimento dentro
do Senado. E o sentimento do Brasil é pressa pela reforma da Previdência. Por
isso, temos que incluir Estados e municípios na Câmara e, quando chegar ao
Senado, tirar de lá em 45, 60 dias, e o Brasil vai começar a deslanchar e
crescer ainda este ano”, afirmou o líder governista.
Reuters
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