Na véspera da
votação da reforma da Previdência no
plenário da Câmara , o governo abriu
caminho para a liberação de verbas em busca
de votos para aprovar a proposta. De acordo com levantamento da ONG Contas Abertas , só nos primeiros cinco dias de
julho, foram empenhados R$ 2,551 bilhões. A cifra é maior do que a observada em
todo o ano até junho: R$ 1,77 bilhão. O valor também é o mais alto empenhado
para meses de julho ao menos desde 2016. O empenho vale como uma garantia de
que os recursos serão efetivamente liberados.
Segundo
parlamentares da base do governo, o clima favorável à reforma melhorou desde a
semana passada, quando a matéria passou na Comissão Especial. Ontem, o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
se reuniu novamente com líderes dos partidos e fechou acordo para tentar
concluir a votação da proposta ainda nesta semana, em dois turnos. Assim, seria
possível antecipar o início do recesso parlamentar (previsto para o dia 18). O
acordo, no entanto, tem como pressuposto a manutenção do texto aprovado na
Comissão Especial, preservando a economia de quase R$ 1 trilhão em dez anos. O
PSL, por exemplo, afirmou que não pedirá alterações no texto.
— Vamos votar
nesta semana. O texto vai ser mantido — garantiu o líder do DEM, Elmar
Nascimento (BA).
Pelas contas do
governo, será possível aprovar o texto com mais votos do que o mínimo
necessário, de 308 de um total de 513 deputados. Os cálculos mostram entre 330
e 340 votos. A ideia é que, se for preciso, haverá sessão até sexta-feira. Os
deputados do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, foram
orientados a não comprarem passagens de volta a suas bases antes da votação.
A liberação dos
recursos foi uma promessa do governo aos parlamentares para aprovar a reforma
da Previdência na Câmara. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), prometeu destinar R$ 10
milhões para cada deputado, inclusive novatos, pela votação da proposta na
Comissão Especial, o que aconteceu na semana passada, e mais R$ 10 milhões pelo
avanço no plenário. Outros R$ 20 milhões seriam entregues no fim do ano.
O GLOBO
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