O Papa Francisco
instou as freiras de todo o mundo a se recusarem a se submeter aos abusos de
poder do clero, insistindo que a opção por uma vida de serviço não as torna
escravas.
“Estou ciente dos problemas, não apenas do abuso sexual das freiras, mas
também do abuso de poder. Por favor, serviço, sim, servidão, não!”, afirmou o
pontífice argentino durante encontro com cerca de 800 freiras superiores no
Vaticano. Ele foi aplaudido pelas religiosas.
A Igreja Católica, que tem quase 700 mil freiras ao redor do mundo, nos
últimos meses foi abalada por investigações jornalísticas sobre a escravidão
das freiras e até sua exploração sexual.
“Vocês não se
tornaram freiras para serem servas de um clérigo!”, insistiu o pontífice, que
pediu um esforço mútuo para pôr fim a essa cultura, em particular pelas
superiores.
“Se você quer
ser uma empregada, faça com os doentes. Nesse caso é um serviço”, acrescentou.
Denúncia de abuso obrigatória
Na quinta-feira (9), o Papa Francisco divulgou um decreto em que torna
obrigatório padres e religiosos denunciarem às autoridades eclesiásticas
suspeitas de casos de abusos sexuais. O documento “Vos estis lux mundi” (Vós
sois a luz do mundo) também estabelece diretrizes de como as dioceses devem lidar
com as suspeitas de abuso. No entanto, não consta uma orientação para que os
casos sejam reportados às autoridades civis.
Em março, o papa já tinha publicado uma lei sobre a prevenção e o
combate à violência sexual contra menores e pessoas vulneráveis, mas não falava
sobre a investigação interna dos casos.
G1
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