O
presidente Jair Bolsonaro assinou
na tarde desta terça-feira, 7, um decreto que flexibiliza o porte de armas para caçadores, atiradores
esportivos e colecionadores de armas, grupo denominado CAC.
O Palácio do
Planalto ainda não divulgou a íntegra do texto, mas o presidente adiantou que
ele prevê medidas como a permissão para que os CACs possam ir com as armas
municiadas a estandes e clubes de tiro, o aumento de cinquenta para 1.000 no
limite de cartuchos de calibre restrito que podem ser comprados por eles a cada
ano e o porte de arma a praças das Forças Armadas.
O ponto
relacionado ao transporte de armamento montado e com munição a atiradores
esportivos já havia sido facilitado por uma portaria do Exército, assinada em
março de 2017.
Em
pronunciamento por volta das 18h50, o porta-voz da Presidência da República,
Otávio Rego Barros, afirmou que o decreto também prevê que o morador de imóveis
rurais “estará livre para a defesa de sua propriedade e de sua família contra
agressão injusta e iminente”; que os CACs podem comprar até 5.000 munições de
calibre permitido por ano; que o prazo de validade para o certificado de
registro de arma de fogo passa a ser de 10 anos, assim como de todos os
documentos relativos a porte e posse de armas; e a abertura do mercado para
importação de armas e munições.
Após assinar
o decreto no Planalto, em cerimônia acompanhada por ministros e parlamentares,
Bolsonaro declarou que o governo foi “no limite da lei”. “Deixo bem claro que
fomos no limite da lei, não inventamos nada nem passamos por cima da lei. O que
a lei abriu oportunidade para nós, nós fomos no limite”, afirmou o presidente,
que ressaltou que a caça não está sendo “liberada” no país.
Jair
Bolsonaro disse ainda que o decreto “não é um projeto de segurança pública”,
mas “algo mais importante”. “É o direito individual daquele que porventura
queira ter arma de fogo ou buscar a posse da arma de fogo, seja um direito
dele, obviamente respeitando e cumprindo alguns requisitos”, pontuou.
“Apesar de eu
falar agora que não é uma política de segurança pública, eu sempre disse nas
minhas andanças pelo Brasil ao longo dos últimos quatro anos, isso é pessoal
meu, que a segurança pública começa dentro de casa”, declarou o presidente.
Estavam ao lado dele na cerimônia o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx
Lorenzoni, e os ministros da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e da
Defesa, Fernando Azevedo e Silva, cujas pastas participaram da análise do
decreto.
Bolsonaro
também acenou ao Legislativo durante a cerimônia, que teve presença maciça de
membros da bancada da bala. Parlamentar por 28 anos, ele disse que ainda está
“cheirando a deputado” e que “acredita” no Congresso. “Nós, Legislativo e
Executivo, juntos, mudaremos o futuro do Brasil e eu acredito em vocês. Eu
acabei de sair de lá, tô cheirando a deputado ainda, 28 anos lá dentro, está
encalacrado no meu paletó o cheiro de deputado. Então o nós é nós mesmos, pô,
nada quase mudou de lá pra cá”, afirmou.
Dirigindo-se
aos deputados e senadores presentes, o presidente observou que o decreto
assinado hoje atende não só aos eleitores deles, mas “à vontade pessoal” de
cada um destes parlamentares. Bolsonaro se colocou à disposição deles para
ouvir reclamações sobre decretos de governos anteriores e analisar a revogação
destas medidas.
VEJA.ABRIL.COM
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