A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a decisão
individual do ministro Alexandre de Moraes que rejeitou o retorno de detentos
de presídios federais para penitenciárias estaduais. A decisão foi proferida na
sexta-feira (1º),
por meio de julgamento virtual.
Em outubro de
2017, a Defensoria Pública da União (DPU) protocolou no Supremo um pedido de
habeas corpus coletivo que buscava retirar do regime de isolamento carcerário
detentos que estão há mais de dois anos em presídios federais, obrigando o
retorno deles a seus estados de origem. A defensoria argumentou que acordos
internacionais e a Lei 11.671, de 2008, limitam o isolamento dos detentos pelo
prazo de um ano, prorrogável por mais 365 dias.
Ao decidir a
questão, Alexandre de Moraes, relator do caso, entendeu que a situação dos
detentos em presídios federais não apresenta nenhuma ilegalidade, pois a
própria lei não fixa prazo fatal [vencimento do prazo], mas autoriza sucessivas
renovações da manutenção dos presos no recolhimento em estabelecimentos penais
federais de segurança máxima.
Inconformada com
a decisão, a DPU recorreu ao colegiado, que julgou a questão por meio de
julgamento virtual, modalidade usada para decisões que têm entendimento
pacificado.
A manutenção da decisão de Moraes foi tomada por maioria de votos. Votaram com o relator os ministros Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso. Marco Aurélio divergiu e foi o único a votar favoravelmente ao pedido da DPU.
No julgamento
virtual, os ministros apresentam seus votos pelo sistema eletrônico sem se
reunirem presencialmente. O plenário virtual funciona 24 horas por dia e os
ministros podem acessar de qualquer lugar.
Em 2007, o
pedido da DPU provocou polêmica porque, caso fosse acatado, presos como os
traficantes Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e Antônio Bonfim
Lopes, o Nem da Rocinha, retornariam para presídios de São Paulo e do Rio de
Janeiro, o que poderia facilitar o comando exercido por eles sobre grandes
organizações criminosas.
No mês passado,
os governos federal e de São Paulo transferiram 22 presos para penitenciárias
federais. Segundo o governo, todos são líderes da facção criminosa Primeiro
Comando da Capital. Os detentos estavam no presídio de Presidente Venceslau, no
interior do estado. Entre os transferidos, está Marcos Herbas Camacho, o
Marcola, considerado o principal líder da organização criminosa.
Agência Brasil
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