Investigada na Operação Calvário, a secretária de Administração da
Paraíba, Livânia Maria Da Silva Farias, foi presa no fim da tarde deste sábado
(16) ainda no Aeroporto Castro Pinto, Bayeux, acusada de corrupção passiva e
lavagem de capitais.
Ela havia acabado de desembarcar de um voo vindo de Belo Horizonte e foi
encaminhada para a Academia de Polícia (Acadepol), no bairro de Jacarepé, em
João Pessoa. Livânia é suspeita de receber propina no contrato de gestão do
Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa firmado com a Cruz Vermelha do
Rio Grande do Sul.
Na terceira fase da operação, o ex-assessor da pasta, Leandro Nunes,
confirmou que foi ao Rio de Janeiro receber dinheiro do esquema que envolvia
desvio de recursos públicos, corrupção, lavagem de dinheiro e peculato.
Segundo o Ministério Público, o principal suspeito da operação é Daniel
Gomes da Silva, ex-dono de uma empresa de ambulâncias que prestava serviços à
Cruz Vermelha. No período entre julho de 2011 até dezembro de 2018, o grupo criminoso
teve acesso a R$ 1,1 bilhão em recursos públicos paraibanos.
Segundo denúncia do Ministério Público da Paraíba, a ordem de arrecadar
e distribuir os valores do esquema teria partido de Livânia Maria. Ela teria
recebido, entre janeiro e março de 2016, via Leandro Nunes e sob a ordem de
Daniel Gomes, R$ 400 mil. Uma parte deste dinheiro serviu para custear a compra
de uma casa na cidade de Sousa.
O imóvel foi registrado, no início, no nome de uma amiga, Maria
Aparecida de Oliveira. Posteriormente, a propriedade foi transferida para Elvis
Rodrigues, o marido da secretária. O MPPB requereu ainda o sequestro de alguns
bens do casal por considerar que houve prejuízo à Fazenda Pública do estado.
Entre eles o imóvel em Sousa e um veículo BMW X1 S201, ano 2018,
pertencentes a Livânia e Elvis.A secretária é uma das dez pessoas alvos da
terceira fase da Operação Calvário, deflagrada na quinta-feira (14). O
Ministério Público da Paraíba (MPPB) por meio do Grupo de Atuação Especial
contra o Crime Organizado (Gaeco) e da Comissão de Combate aos Crimes de
Responsabilidade e a Improbidade Administrativa (CCRIMP), cumpriu 11 mandados
de busca e apreensão. Os mandados foram cumpridos nos municípios de João
Pessoa, capital paraibana, Sousa, Santa Cruz e no estado do Rio de Janeiro.
Os contratos investigados foram celebrados entre o governo e a Cruz
Vermelha do Rio Grande do Sul entre julho de 2011 e setembro de 2018, quando
Ricardo Coutinho (PSB), padrinho político de João Azevêdo (PSB), ainda era
governador.
Fonte: OP9
Nenhum comentário:
Postar um comentário