O presidente em exercício da Câmara, deputado Fábio
Ramalho (PMDB-MG), afirmou nesta segunda-feira que o presidente Michel Temer já
considera votar apenas o que considera prioritário da reforma da Previdência,
caso da idade mínima para aposentadoria.
Ainda que tenha saído vitorioso ao barrar na Câmara dos
Deputados a segunda denúncia criminal contra Temer, que se estendia a dois
ministros, o governo se viu enfraquecido após a batalha. Por esse motivo,
ganhou ainda mais força a tese de se abandonar o texto da reforma já produzido
pela comissão especial da Casa e focar apenas nos temas mais centrais.
“Ele (Temer) acha necessário e urgente que se vote pelo
menos a idade”, disse Ramalho a jornalistas em Brasília, após um encontro com o
presidente em São Paulo.
“Ele pensa isso”, afirmou, questionado se Temer já
admite fatiar a reforma. “Ele pensa que a idade mínima já é um avanço e a idade
com alguma coisa, com a parte da transição, e não mexendo em direito de
pessoas”, disse, citando o BPC (Benefício da Prestação Continuada) e a
aposentadoria rural.
Segundo o deputado, o calendário para a votação da
reforma será acertado com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que
passará a semana fora em viagem oficial ao exterior.
O encontro de Temer e Ramalho ocorreu em São Paulo, após
o presidente receber alta hospitalar por volta do meio-dia. No fim de semana
ele foi submetido a procedimentos na próstata.
Ramalho afirmou ainda que o presidente tem “consciência”
da necessidade de reagrupar sua base. O deputado, que assumiu a condução dos
trabalhos na ausência de Maia, disse que tentará tocar as votações da Câmara
mesmo diante do feriado na quinta-feira, o que tradicionalmente reduz o quórum
da casa.
Há duas importantes medidas provisórias na pauta: a 785,
que altera regras do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), e a 795, que
reduz impostos para empresas do setor de petróleo e gás natural.
TERRA