A atuação continua aquém das expectativas da torcida pelo elenco que o Flamengo possui. Por isso mesmo a vitória sobre a Chapecoense, por 1 a 0, foi tão comemorada pelos jogadores, neste domingo, na Arena Condá, que sentem, a cada resultado ruim, a pressão em seus ombros. O resultado mantém o rubro-negro, que vinha de três jogos sem vitória, na sétima colocação.
Tensão explícita no lance do pênalti. A bola saiu das mãos de Diego, que perdera a cobrança na final da Copa do Brasil, para Éverton Ribeiro, que pediu ao camisa 10 para cobrar. E também errou. O gol do meia, no entanto, resfriou o caldeirão que se tornaria o ambiente do clube.
Não
precisava ter sido tão difícil. O Flamengo tinha mais time, mais futebol
e mais chances. Mas o peso de quem não marcava um gol fora de casa há
mais 600 minutos — no fim foram 643 — jogou contra. Além do jejum de
vitórias nos domínios adversários: a última fora sobre o Vasco, em
julho, em São Januário.
— Estamos com
déficit de ganhar fora. Era algo que tínhamos conversado desde antes do
jogo com a Ponte. Tínhamos essa exigência — disse o técnico Reinaldo
Rueda.
O adversário aproveitava uma ou outra falha de marcação para tentar assustar o goleiro Diego Alves. Sem sucesso.
—
Faltam tranquilidade e eficiência. A equipe tem criado as jogadas, mas
não tem conseguido concluir bem. Mas vai sair — profetizou Diego no
intervalo.
A vitória, necessária a ambos,
deixou o jogo mais aberto na etapa final. Diego Alves foi acionado e se
saiu bem em todas as ocasiões. Como na cabeçada de Túlio de Melo, que
finalizou livre na área.
O rubro-negro usava a velocidade de seu ataque para chegar à defesa adversária com frequência. Em alguns lances, a pressa, no entanto, jogou a favor da Chapecoense. O lateral Pará, por exemplo, avançou em contra-ataque, tinha dois companheiros por perto, mas preferiu arriscar de longe. A bola saiu fraca.
Aos
25, veio a jogada que parecia tirar o Fla do sufoco. Em rápido contra
ataque, Guerrero, finalizou, mas a bola explodiu no braço de Douglas.
Pênalti indiscutível. Éverton Ribeiro chamou a responsabilidade para si,
pediu a bola e Diego a deu. O camisa 7, no entanto, praticamente recuou
para Jandrei, no canto direito do goleiro.
O
desespero só não se apresentou, pois a Chapecoense dava todo o espaço
necessário. Até que, aos 35, Arão roubou a bola no meio-campo, abriu
para Berrío na direita, que rolou para Diego. O camisa 10 limpou a
jogada, se ajeitou e chutou cruzado sem chances para o goleiro.
O
Flamengo ainda correu algum risco em jogadas de Apodi, que errou a
pontaria. E poderia ter aumentado o placar nos acréscimos. Guerrero
recebeu na ponta esquerda, carregou, limpou a jogada e rolou para
Berrío. O colombiano, sozinho, chutou para fora.
O Globo