Um grupo de 28 deputados de quatro partidos (PT, PSOL, PTB e
PMB) entrou com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para
pedir a suspensão da tramitação daProposta de Emenda à Constituição que
pretende reformar a Previdência Social.
O texto foi enviado pelo governo ao Congresso no fim do ano
passado e fixa idade mínima de 65 anos para aposentadoria, tanto para homens
quanto para mulheres, além de outras mudanças. A Câmara instalou uma comissão
especial para analisar o texto na semana passada.
Segundo a oposição, o modo do envio da PEC feriu a
Constituição e a lei que rege a previdência dos servidores porque a proposta
não foi acompanhada de prévio estudo, como prevê a formalidade processual
legislativa, e porque não houve discussão e aprovação pelo Conselho Nacional de
Previdência Social, com participação dos trabalhadores.
Os deputados querem uma liminar para suspender o andamento da
proposta e pedem anulação de votação da admissibilidade da PEC na Comissão de
Constituição e Justiça. Também querem que o presidente Michel Temer seja
obrigado a promover debates no conselho nacional antes de enviar novamente a
proposta.
A ação mostra atas de reuniões do conselho para demonstrar
que, no âmbito do conselho, "inexistiu debate sobre as ideias do Governo
acerca da Reforma Previdenciária".
"Ao contrário do mero aperfeiçoamento das regras
existentes, trata-se de agravamento das condições para aposentadorias e
pensões, direito social e fundamental de cada cidadão brasileiro, daí que as
formalidades para seu protocolo e tramitação são imprescindíveis", diz o
mandado de segurança.
Segundo a ação, a PEC cria "critérios para a aposentação
desconectados da realidade", e cita exigência de elevada idade e excessivo
tempo de contribuição para obtenção da aposentadoria integral.
O mandado de segurança diz também que a CCJ aprovou projeto
equivocado, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, determinou indevidamente a
instalação da comissão especial, uma vez que não foi respeitada a previsão do
estudo prévio.
"Assim, resta injurídica a decisão da Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania que deliberou pela admissibilidade da PEC
287/2016, que propõe alterar – e de maneira profunda – o regime previdenciário
do país, haja vista que desconsiderou a imprescindível necessidade de exame de
estudos atuariais que apontassem referido déficit e que justificassem os
gravames impostos aos cidadãos brasileiros e propostos pelo Poder
Executivo", dizem os parlamentares de oposição.
Fonte: G1