O adolescente Pablo Júnior Oliveira de Paula, de 16 anos, ficou famoso nas redes sociais depois de achar um celular em Goiânia
e, como recompensa, pedir um emprego ao proprietário. O analista de
redes Nikolas Soares Valério disse que ofereceu R$ 200 como prêmio pelo
aparelho encontrado, mas teve a proposta recusada pelo garoto. Ele
postou o currículo de Pablo na internet e a mensagem já teve quase de
mil compartilhamentos em menos de um dia.
Em entrevista ao G1, Pablo disse que queria apenas
entregar o celular ao dono, mas diante da insistência de Níkolas em
recompensá-lo, pediu a ele que divulgasse o currículo dele.
“Eu achei o aparelho no chão. Minutos depois, apareceu uma mensagem
na tela de bloqueio informando a perda do celular com um número. Eu
liguei de volta, encontrei com ele dois dias depois, porque ele estava
viajando, e queria apenas devolver, o que pra mim seria a coisa mais
normal. Como ele insistiu muito, recusei o dinheiro e depois mandei meu
currículo”, disse o adolescente.
Pablo encontrou o celular no sábado (20), na porta de uma festa no
Setor Sul, em Goiânia. Ele contou que tinha ido levar o dinheiro para
uma ex-patroa que estava no evento. Ao pegar o aparelho, viu que havia
uma notificação do aplicativo Uber e imaginou que o dono teria deixado
cair ao ir embora do local.
O adolescente ligou para o dono do aparelho e descobriu que ele
estava viajando e que ele só retornaria na segunda-feira. Na hora da
entrega, Níkolas ficou surpreso com a atitude de Pablo, recebeu o
currículo e postou nas redes sociais. Em menos de um dia, a mensagem
teve quase mil compartilhamentos. De acordo com o analista, a situação
serviu de aprendizado para ele.
Depois do post feito por Níkolas, Pablo conta que recebeu dezenas de
propostas para participar de programas de aprendizagem de empresas,
visto que ele é menor de idade. “Eu ainda não participei de nenhuma
entrevista, mas acho que vai dar certo, tenho que escolher agora em
quais vou, porque são muitas. Eu fiquei bem surpreso, porque fiz algo
tão normal”, afirmou.
Orgulho
“A gente é de família simples, mas aprendemos que o dinheiro só vale
com trabalho. O fato dele ter encontrado um celular, que não era dele,
só vem na nossa cabeça que ele tinha que entregar. Tanto que ele ficou
até meio incomodado após o rapaz oferecer o dinheiro. Ele me ligou e
falou ‘mãe, que eu faço’. Eu só respondi, faz o que tem que ser feito,
devolve o aparelho”, contou ao G1.
Apesar de ter parado de estudar, Pablo afirma que este ano vai se
matricular em uma escola para terminar os estudos. Apesar disto, não
abre mão de ir atrás das oportunidades nas empresas em que já recebeu.
“Eu vou fazer entrevista e, se Deus quiser, vou ser chamado em alguma
delas. Vou ganhar dinheiro para ajudar minha mãe, mas também quero
estudar para, no futuro poder trabalhar com mais competência”, disse o
garoto.