Prefeitos, sociedade civil,
segmentos religiosos e entes públicos foram convocados pelo governador
Robinson Faria para se unirem num grande pacto contra o mosquito Aedes
Aegypti, após o significativo aumento do número de casos de crianças
nascidas com microcefalia no Estado – situação semelhante no resto do
Nordeste e Brasil - e que estão ligados ao zika vírus. A reunião ocorreu
na Escola de Governo hoje (3) pela manhã e o governador aproveitou para
anunciar uma série de medidas, como o Decreto de Estado de Emergência
que será assinado ainda hoje; a solicitação de uma audiência com a
presidenta Dilma, para discutir especificamente essa situação juntamente
com outros governadores do Nordeste, na qual vai defender a criação de
um Fundo Nacional, a divulgação de uma campanha publicitária educativa,
bem como a busca pelo apoio dos mais de 4 mil soldados do Exército do
Estado para se unirem aos agentes de saúde contra os focos do mosquito,
que causa doenças como dengue, zika e febre chikungunya.
Robinson Faria ressaltou que essa é uma
“guerra” contra o mosquito: “Esse é o momento para uma grande pactuação
com Governo. Vamos fazer uma força tarefa com a união dos secretários de
Estado, prefeitos, Poder Judiciário, Assembleia Legislativa, Câmara
Municipal, sociedade civil, bem como Igrejas, universidades, escolas
públicas e privadas, imprensa, entre outros, para mudar a história dos
últimos 30 anos sob a ameaça do mosquito transmissor. Todos devemos ser
protagonistas no combate ao mosquito. Os prefeitos que estão aqui
presentes, poderão levar nossa campanha educativa para a população de
suas cidades através das rádios; cada um deverá ter seu papel para
fazermos essa comunicação”, conclamou, acrescentando que dentre as
determinações governamentais, constam a prioridade no atendimento nos
hospitais do Estado às crianças nascidas com microcefalia. Até o
momento, desde que os técnicos da Secretaria de Estado da Saúde Pública
(Sesap) observaram um aumento muito grande dos casos de microcefalia –
que contam com 89 casos incluindo também crianças nascidas com má
formação. Segundo o Ministério da Saúde já são 1.248 casos de
microcefalia no Nordeste. O Rio Grande do Norte está na terceira
posição.
Lagreca lembrou em seu discurso que o combate à desnutrição de crianças foi feito com uma medida simples, o soro caseiro. “O combate ao famoso mosquito da dengue também pode ser feito com medidas simples. E é isso que precisamos levar à população. Mobilizar as pessoas para que não permitam que o mosquito nasça”. A recomendação para adiar o projeto de uma gestação também foi lembrada pela maior parte dos integrantes da mesa.
De acordo com a coordenadora de Promoção à Saúde da Sesap, Cláudia Frederico, que conclamou os prefeitos a manterem a Sesap informada das notificações da doença em suas cidades, lembrou também que a comunidade científica está debruçada sobre esses casos de microcefalia no Brasil, porque ainda pairam muitas dúvidas. O que se sabe é que as mães relatam que durante suas gravidezes apresentaram sintomas do zika vírus como cansaço, dores no corpo e coceiras na pele. Uma forma antes considerada “branda” da dengue e que, no entanto, está afetando gravemente, sobretudo os bebês.
Além de aproximadamente 50 prefeitos,
estiveram presentes na reunião técnicos de saúde, o secretário Ricardo
Lagrecca; a secretária da Mulher, Tereza Freire; o presidente da
Femurn, o prefeito de Mossoró, Francisco José Silveira Júnior, que fez
um apelo aos prefeitos e à toda a população: "Estamos vivendo um momento
crítico, devemos alertar as pessoas, principalmente as mulheres, que
adiem o projeto da gestação, enquanto essa endemia não for contralada ou
tivermos mais informações sobre isso", disse ele.
Estiveram também presentes na reunião
o reitor da Uern, Pedro Fernandes; os deputados estaduais Getúlio Rego e
Fernando Mineiro; o vereador Hugo Manso, representantes de Igrejas e
das Forças Armadas, dentre outras autoridades.
ASSECOM/RN