O Rio Grande do Norte lidera o número de óbitos de bebês por suspeita
de microcefalia. Com 10 mortes em investigação, o estado está no topo
do ranking ao lado da Bahia. As informações foram divulgadas pelo
Ministério da Saúde nesta terça-feira (29) através do último
boletim epidemiológico do ano sobre microcefalia.
Os dados foram
compilados até o dia 26 de dezembro. Até o momento, foram notificados
2.975 casos suspeitos da doença em recém-nascidos de 656 municípios de
20 unidades da federação. Também estão sendo investigados 40 óbitos
suspeitos de microcefalia relacionados ao vírus Zika.
Das 20
unidades da federação com casos suspeitos, nove permaneceram com número
de casos suspeitos iguais ao Boletim anterior divulgado na semana
passada (22/12). Três estados (TO, MG e MT) apresentaram diminuição de
casos e oito apresentaram aumento de casos.
O maior número de casos foi registrado em Pernambuco (1.153), o que representa 38,76% dos casos de todo o país. O estado foi o primeiro a identificar aumento de microcefalia no país. Em seguida, estão os estados da Paraíba (476), Bahia (271), Rio Grande do Norte (154), Sergipe (146), Ceará (134), Alagoas (129), Maranhão (94) e Piauí (51).
Em novembro, o Ministério da Saúde declarou Emergência em Saúde
Pública de Importância Nacional para dar maior agilidade às
investigações, que estão sendo realizadas de forma integrada com as
secretarias estaduais e municipais de saúde. Trata-se de um mecanismo
previsto para casos de emergências em saúde pública que demandem o
emprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos,
danos e agravos à saúde pública. Também está em funcionamento, desde o
dia 10 de novembro, o Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES),
um mecanismo de gestão de crise que reúne as diversas áreas para
responder a esse evento.
Mobilização nacional
Para a
execução das ações do Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia,
foi instalada a Sala Nacional de Coordenação e Controle para o
Enfrentamento à microcefalia. O objetivo é intensificar as ações de
mobilização e combate ao mosquito Aedes aegypti. Também serão
instaladas salas estaduais, que contarão com a presença de
representantes do Ministério da Saúde, Secretarias de Saúde, Educação,
Segurança Pública, Assistência Social, Defesa Civil e Forças Armadas.
Atualmente, estão implantadas salas em 18 unidades da federação: Acre, Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, Tocantins, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Sergipe e Ceará. Outros quatro estados estão em fase de implantação da sala: Pará, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e São Paulo. Os demais serão orientados pelo Ministério da Saúde para a implantação das salas.
Orientação
O Ministério da Saúde recomenda
que as gestantes adotem medidas que possam reduzir a presença de
mosquitos transmissores de doença, com a eliminação de criadouros, além
de se protegerem da exposição de mosquitos, mantendo portas e janelas
fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar
repelentes permitidos para gestantes. Também faz parte destas
orientações o acompanhamento e as consultas de pré-natal, com a
realização de todos os exames recomendados pelo médico. O Ministério da
Saúde reforça ainda a orientação de não consumirem bebidas alcoólicas ou
qualquer outro tipo de drogas, não utilizar medicamentos sem orientação
médica e evitar contato com pessoas com febre ou infecções.
Zika
Atualmente, a circulação do Zika é
confirmada por meio de teste PCR, com a tecnologia de biologia
molecular. A partir da confirmação em uma determinada localidade, os
outros diagnósticos são feitos clinicamente, por avaliação médica dos
sintomas.
O Ministério da Saúde capacitou mais 11 laboratórios públicos
para realizar o diagnóstico de Zika. Contando com as cinco unidades
referência no Brasil para este tipo de exame, já são 16 centros com o
conhecimento para fazer o teste. Nos dois próximos meses, a tecnologia
será transferida para mais 11 laboratórios, somando 27 unidades
preparadas para analisar 400 amostras por mês de casos suspeitos de Zika
em todo o país.
Larvicidas
O Ministério da Saúde enviou, este
mês, larvicida aos estados do Nordeste e Sudeste, o suficiente para
tratar um volume de água equivalente a 3.560 piscinas olímpicas. São
mais 17,9 toneladas do produto utilizado para eliminar as larvas do
mosquito Aedes aegypti. O quantitativo é suficiente para
proteger 8,9 bilhões de litros de água e corresponde à demanda
apresentada pelas próprias Secretarias Estaduais de Saúde, levando em
consideração a situação epidemiológica local e o histórico de consumo.
Em 2015, no total foram enviadas 114,4 toneladas de larvicida
para todo o país, quantidade suficiente para o tratamento de 57,2
bilhões de litros de água. Para o próximo ano, o Ministério da Saúde já
adquiriu mais 100 toneladas do produto, que deverá garantir o
abastecimento até junho de 2016, um investimento na ordem de R$ 10
milhões.
Ministério da Saúde