Quarenta e dois mil adolescentes brasileiros, entre 12 e 18 anos,
correm o risco de serem assassinados de forma violenta antes de
completar 19 anos. Essa é uma das conclusões do Índice de Homicídios na
Adolescência, divulgado pelo Governo Federal, Unicef e sociedade civil. O índice nunca foi tão alto nos últimos oito anos.
Segundo o estudo, feito para ajudar na avaliação das políticas de
prevenção à violência, o risco é maior ainda para os meninos e os
negros. O levantamento mostra que para cada grupo de 1000 adolescentes
que completaram 12 anos em 2012, 3,32 correm o risco de serem
assassinados antes de completarem 19 anos de idade. Houve um aumento de
17% em relação a 2011.
“É preocupante e não pode ser preocupante só para o Governo Federal,
porque o enfrentamento à violência contra os nosso adolescentes é uma
responsabilidade que tem que ser assumida pelo Governo Federal, Governos
Estaduais, Municipais, Executivos, Legislativos e o Judiciário. Só
nesta lógica de um pacto nacional, enfrentando a violência no nosso
país, é que vamos poder reverter esses números alarmantes", afirma a
ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti.
O Nordeste é a região com a maior taxa: quase seis adolescentes em um
grupo de 1000 correm risco de morte violenta antes dos 19 anos. Dos
cinco estados com maior índice, quatro estão no Nordeste: Alagoas,
Bahia, Ceará e Paraíba. O Espirito Santo também aparece com mais de sete
adolescentes em um grupo de 1000 correndo o risco de morte antes do 19
anos.
Pelo índice divulgado, entre as cidades com mais de 200 mil habitantes,
a taxa assusta ainda mais em Itabuna, na Bahia: 17 em cada 1000 podem
ser mortos antes de fazer 19 anos. Itabuna é seguida por dois municípios
do Espírito Santo: Cariacica e Serra.
Outra informação da pesquisa é que a arma de fogo é o principal meio usado nos assassinatos de jovens brasileiros.
Felipe foi morto aos 17 anos com um tiro nas costas disparado por um
guarda municipal porque, segundo a polícia, chutou um cone de
sinalização no meio da rua. O crime aconteceu em março de 2013 em
Limeira, no interior de São Paulo. O caso ainda está na Justiça e o
guarda continua trabalhando e responde em liberdade ao processo por
homicídio doloso, quando há a intenção de matar.
Davi Fiúza, de 16 anos, está há três meses desaparecido. A família não
sabe mais o que fazer e não recebe qualquer pista do menino. Os parentes
dizem que ele foi visto pela última vez durante uma operação policial. A
corregedoria da PM disse que não há indícios de participação de
policiais no desaparecimento de Davi.
jornal Hoje Tv Globo
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