Em motos ou jumentos transportando galões, lavradores da pequena São Miguel,
no Rio Grande do Norte, fazem uma peregrinação até a casa do agricultor Saraiva
Cesário Viana, 35.
É do poço que tem em seu terreno que ele capta água e distribui para as
famílias- com um limite de 200 litros por dia para cada. "Numa situação
dessas, um tem que ajudar o outro do jeito que dá", explica Viana.
Morador da cidade distante 433 km de Natal, Viana já está acostumado com a
falta de água. Em São Miguel, o açude que abastece a região atingiu 1% do seu
volume. O sistema entrou colapso e a água não chega nas torneiras desde o dia
1º deste ano.
Antes, a cidade também estava em sistema de racionamento, com cortes no
fornecimento durante a noite.
Folha de São Paulo