O Bispo Chanceler da diocese de Maceió da Igreja Católica Brasileira
(ICAB), Dom Fernando Pugliese, que realizou o primeiro casamento
homoafetivo relalizado com benção católica em Alagoas, foi suspenso de
ordem após realizar a cerimônia na última sexta-feira (23). A decisão
foi anunciada através de um comunicado oficial no site oficial da
instituição, que é dissidente da Igreja Católica Apostólica Romana.
Apesar da punição, o bispo mantém-se firme sobre o assunto. "Fiz essa
bênção nupcial com a melhor das intenções e não me arrependo do que
fiz", defende-se.
Com a suspensão, Pugliese não poderá realizar
nenhum sacramento em nome da Igreja Católica Brasileira, como rezar
missas e realizar cerimônias. De acordo com o Bispo Diocesano Dom
Walbert Rommel Coêlho Galvão Barros, ele deve apresentar defesa para o
Superior Tribunal Eclesiastico da Igreja em até 30 dias. Ainda segundo
ele, caso Pugliese não apresente a defesa, corre o risco de ser
excomungado.
Em nota, a ICAB informou que "não é contrária às
conquistas na sociedade pela igualdade e isonomia entre as pessoas",
porém considera o comportamento sexual humano sacramental por natureza,
podendo somente ser celebrado religiosamente casamento entre homem e
mulher.
A Igreja ainda informou que Pugliese não teve liberação
da instituição, nem dos demais bispos conciliares, sendo a aprovação da
cerimônia totalmente desconhecida pelo Conselho Episcopal e por todo o
Concílio dos Bispos.
"Tal atitude é um ato espontâneo,
irreverente e rebelde do bispo, que segundo suas opiniões pessoais faz
uso irresponsável do dom que lhe foi concedido, de forma abrupta o
distribui, de forma autoritária e rebelde", diz a nota.
Indagado
sobre o posicionamento da ICAB, Dom Fernando Pugliese informou à
reportagem do G1 que não foi avisado oficialmente pela instituição.
"Houve uma polêmica muito grande. Acho difícil me expulsarem, pois tenho
82 anos e muito tempo de serviço prestado. Acredito que seja
perseguição. Assim que for comunicado, apresentarei defesa, mas estou
tranquilo", disse.
Confira a nota na íntegra:
A
presidência da Igreja Católica Apostólica Brasileira – ICAB – através
de seu presidente, Dom Josivaldo Pereira de Oliveira, pronuncia-se sobre
a matéria veiculada no site do O Globo, g1.globo.com, a respeito de um
“casamento gay” que será celebrado por um bispo da Igreja Católica
Apostólica Brasileira, Dom Fernando Pugliese, auxiliar na Diocese de
Maceió – Alagoas.
...
A Igreja Católica
Apostólica Brasileira não é contrária às conquistas na sociedade pela
igualdade e isonomia entre as pessoas. Neste sentido, rechaçamos
qualquer forma de violência verbal ou física por causa das opções e
orientações que um cidadão faça em termos político, religioso,
ideológico e sexual.
Todavia, a Igreja Católica Apostólica Brasileira considera o comportamento sexual humano sacramental por natureza.
A
Igreja Católica Apostólica Brasileira, neste diapasão, prioriza o
entendimento Bíblico e a Tradição Cristã. Sacramentalmente, para a
Igreja Católica Apostólica Brasileira, segundo seu Código Eclesiástico, matrimônio como Graça de Deus, somente pode ser celebrado entre Homem e
Mulher.
A notícia evidencia que o citado Bispo, dom
Fernando Pugliese, tem a aprovação da Igreja e dos demais bispos
conciliares, situação totalmente desconhecida pelo Conselho Episcopal e,
obviamente, por todo o Concílio dos Bispos.
Tal atitude
é um ato espontâneo, irreverente e rebelde do bispo, que segundo suas
opiniões pessoais faz uso irresponsável do dom que lhe foi concedido, de
forma abrupta o distribui, de forma autoritária e rebelde.
Dom
Fernando Pugliese não tem nenhuma aprovação de nenhuma instância da
Igreja Católica Apostólica Brasileira , nem mesmo tem amparo legal e de
documentos que o outorgue direitos para levar a cabo esta cerimônia.
A
Igreja Católica Apostólica Brasileira, representada por todos seus
bispos, padres e fiéis lamentam o fato e a atitude do irmão, os mesmos
repudiam essa decisão do Bispo e desaprovam tal atitude que fará com que
Dom Fernando Pugliese seja sancionado pelo Tribunal Eclesiástico da
Igreja por tão grande incompatibilidade com a comunhão e o colegiado dos
Bispos.
O Bispo Diocesano de Maceió, Dom Rommel, também
REPROVA oficialmente a realização de tal ato e jamais foi consultado
sobre o acontecimento do mesmo. Lamenta o incidente em que envolve
pessoas de bem, mas afirma que sua posição está em desacordo com Dom
Fernando Pugliese e que a Diocese de Maceió interpreta essa ação do
Bispo Auxiliar como um ato de desobediência à Igreja Particular da ICAB
em Alagoas e contra a hegemonia do Concilio dos Bispos.
Assim entendemos a situação e oficialmente expressamos nosso parecer sobre esta notícia veiculada pelo site g1.globo.com.
Assessoria de Imprensa da Igreja Católica Apostólica Brasileira
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