domingo, 24 de agosto de 2014

O dia em que todo o Brasil chorou

Getúlio Vargas com o presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt na visitam a Base Aérea de Natal, em 1943
“Era uma solução que colocaria os interesses nacionais acima de quaisquer sentimentos pessoais ou partidários. Sua Excelência disse que precisava pensar e prometeu-me uma decisão, que ontem me foi transmitida de modo negativo”, contou o vice, na véspera do suicídio.

Impacto deixou oposição assustada
Diante dos ataques incessantes, os senadores governistas se apequenaram. Eles simplesmente não conseguiam responder à altura. Gomes de Oliveira (PTB-SC) tentou argumentar que a morte do major havia sido um “incidente pessoal”, e não uma agressão aos militares, e que as eleições estavam próximas:

“Achamo-nos às vésperas de uma eleição, que no próximo ano renovará o Poder Executivo, e não temos paciência de esperar. Em vez disso, queremos logo que as Forças Armadas, chamadas a resolver o incidente, levem o país à desordem e às armas.

Na manhã do dia 24, a notícia do suicídio se espalhou pelo país. Os brasileiros se inteiraram pelo rádio, atônitos. O senador governista Dario Cardoso (PSD-GO) afirmou: “Indescritíveis são o meu pesar e a minha perturbação ante o ocorrido, em cuja realidade ainda custo a crer. Getúlio Vargas foi indiscutivelmente um dos mais eminentes homens públicos do Brasil e das Américas. 

O senador Alencastro Guimarães (PTB-DF) disparou contra os inimigos de Getúlio: “A campanha destes últimos meses contra a pessoa do senhor Getúlio Vargas excedeu todos os limites  que neste país alguma vez se permitiram. Morre o senhor Getúlio Vargas. Não morre pela própria mão, mas assassinado pela covardia daqueles que não puderam vencê-lo no coração do povo brasileiro.

Assustados, os adversários adotaram um tom mais diplomático. Entre eles, o senador Ferreira de Sousa (UDN-RN), que se disse consternado: “O momento é de reverência diante da eternidade, de silêncio à borda do túmulo. Não vale fazer discussões em torno de pessoas, de fatos. Por um instante, cessam as divergências, calam-se os argumentos, suspendem-se os dissídios e não se pronuncia palavra de crítica.”

O corpo foi velado no Catete. Milhares de pessoas fizeram fila para se despedir do presidente. Depois, num emocionado cortejo, acompanharam o caixão até o Aeroporto Santos Dumont. Getúlio foi enterrado em São Borja (RS), sua cidade natal. Café Filho afastou-se do Senado e assumiu a Presidência. “O julgamento de Getúlio Vargas pertence à história, que saberá fazer justiça”, disse, dias depois, o senador Attilio Vivacqua (PR-ES).

Agência Senado

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