Dom Fernando acusa os religiosos de tramar contra sua pessoa e seu bispado, com a divulgação de vídeos e informações avaliadas pela cúpula da Diocese como mentirosas e caluniosas. Nos últimos dias do mês de setembro, cinco dos seis acusados foram indiciados em inquéritos policiais e compareceram à Delegacia de Polícia Civil do Crato para prestarem esclarecimentos. Os indiciados depuseram sobre o possível envolvimento na divulgação de vídeos que vieram a público recentemente.
A atitude de dom Fernando desencadeou uma série de críticas e revolta na comunidade católica. Nas redes sociais, grupos católicos como a “União Católica Diocesana” já articulam manifestação contra a atitude do bispo. Os dois sacerdotes não quiseram falar sobre o assunto, mas pessoas próximas ao monsenhor José Honor informaram que ele, com mais de 60 anos de sacerdócio, estava abalado em consequência do constrangimento.
Na Ação Civil, o bispo diocesano pede indenização financeira pelo que considera calunia e difamação. Apesar de não querer ter seus nomes divulgados, as três pessoas ligadas aos movimentos católicos, citadas no processo, chamam a atenção para o fato de o bispo querer ressarcimento financeiro, quando, segundo eles, o natural na Igreja é que se peça retratação.
Movimentos
Vários movimentos já se organizam para exigir do bispo explicações sobre as denúncias. Um desses movimentos católico, composto por pessoas ligadas à Igreja, organiza um abaixo-assinado que circula em todas as paróquias do território diocesano. O documento pede mais celeridade na apuração das investigações de denúncias de desvio de dinheiro, dilapidação do patrimônio da Diocese, conduta inadequada ao cargo e estelionato.
O abaixo-assinado pede, ainda, a realização de uma auditoria interna nas contas da Diocese do Crato e deve ser encaminhado à Congregação dos Bispos e a Nunciatura Apostólica (Embaixada do Vaticano no Brasil).
Além do abaixo assinado, que deve ser encaminhado nos próximos dias, o grupo, liderado pelo juiz aposentado Dr. Vanderlei Landim, já encaminhou vários dossiês à embaixada, mas nunca obteve respostas. A comunidade católica não descarta a possibilidade de corporativismo para que as denúncias não cheguem ao conhecimento do Papa Francisco.
Dentro da Igreja Católica do Cariri, dom Fernando enfrenta duras críticas de padres e monsenhores que pedem explicação sobre as denúncias. Entre os mais críticos estão monsenhor Bosco (reitor do Santuário Eucarístico), monsenhor Honor (padre aposentado), padre Rocildo (professor do Seminário), padre
Falamos com a assessoria jurídica da Diocese, que nos atendeu e prometeu retornar o contato com as informações. Mas, até o fechamento desta edição, não houve retorno.
Fonte: Jornal do Cariri