As distribuidoras dessas regiões são as que apresentam o pior cenário para o próximo ano.
Mas, apesar de que as concessionárias do Norte e Nordeste não compram energia de Itaipu, os reajustes previstos não ficam muito abaixo.
Em média, as distribuidoras do centro-sul do país devem registrar uma alta média de 25%, enquanto as do Norte devem ter um aumento médio de 20%, segundo a consultoria Thymos.
“O próximo ano se anuncia como difícil para o consumidor. São muitos fatores de alta acumulados que começarão a ser pagos a a partir do próximo ano”, diz Ricardo Savoya, da Thymos.
Impulsão
Entre os principais impactos, estão dois financiamentos organizados pelo governo para socorrer as distribuidoras -um em 2013, de R$ 11 bilhões, e outro deste ano, de R$ 17,8 bilhões.
Soma-se também o encargo cobrado para pagar as usinas térmicas mais caras, que subirá no ano que vem, e o pagamento de indenizações e subsídios ao setor elétrico.
“Pode haver casos em que a energia ficará até 50% mais cara se comparada ao preço de 2014”, afirma Cristopher Vlavianos, da consultoria Comerc, que prevê um reajuste médio de 30% a 35% a depender da área de atuação da distribuidora.
Segundo ele, esse extremo de 50% pode ser alcançado devido ao início em 2015 do sistema das bandeiras tarifárias, um instrumento criado pelo governo que eleva a conta de luz automaticamente quando o preço de referência da energia (o Preço de Liquidação das Diferenças, o PLD) fica próximo ao teto.
Quando isso acontece, como durante quase todo o ano de 2014, é acionada a bandeira vermelha. As bandeiras amarela e verde indicam que o preço de referência está em níveis mais baixos.
Em meses mais críticos, o efeito das bandeiras tarifárias sobre a conta de luz pode chegar a 11 pontos percentuais.
No entanto, a expectativa é que o impacto médio sobre as tarifas durante o ano seja de cinco pontos percentuais.
Por outro lado, há também fatores que, se não ajudarão a baixar as tarifas, ao menos evitarão uma alta maior.
Até julho de 2015, cerca de 4.000 megawatts serão barateados e repartidos entre as distribuidoras devido ao término da concessão de 33 usinas hidrelétricas.
O volume representa 6% do consumo de eletricidade atual do país.
Por causa desse fator redutor, Paulo Steele, da TR Soluções, estima uma alta mais comedida do que as outras duas consultorias.
FOLHAPRESS