O papa Francisco disse hoje (26) que não se deve esperar que a Igreja Católica mude de posição sobre o aborto e reforçou a defesa da vida que está por nascer. Segundo ele, essa questão não está sujeita a reformas ou modernizações. Também defendeu a igualdade de direitos entre homens e mulheres, mas posicionou-se pelo sacerdócio exclusivamente masculino.
O papa reconheceu, no entanto, que "pouco tem sido feito para acompanhar as mulheres que se encontram em situações muito duras, em que o aborto se apresenta como uma rápida solução para as suas profundas angústias, particularmente quando a vida que cresce dentro delas surgiu como fruto de uma violação ou em um contexto de extrema pobreza".
"A Igreja quer cuidar com predileção das crianças por nascer, que são as mais indefesas e inocentes de todos, a quem hoje se quer negar a sua dignidade humana para fazer com elas o que se queira, tirando-lhes a vida e promovendo legislações para que ninguém o possa impedir", disse o papa Francisco.
Para o pontífice, a rejeição ao aborto supõe a convicção de que um ser humano é sempre sagrado e inviolável, em qualquer situação e em cada etapa do seu desenvolvimento. No documento, o papa defendeu também a presença mais incisiva das mulheres na Igreja Católica, mas descartou a possibilidade do acesso feminino ao sacerdócio.
Para ele, as reivindicações de igualdade de direitos das mulheres em relação aos homens são legítimas e impõem à Igreja "profundas interrogações que a desafiam e que não se podem iludir". Ainda assim, de acordo com ele, não se pode mudar a premissa de que o sacerdócio é reservado aos homens.
Na exortação, o papa abordou ainda a família e se posicionou contrariamente ao "individualismo pós-moderno e globalizado, que favorece um estilo de vida que desnaturaliza os vínculos familiares". No documento, Francisco também mencionou os jovens e pediu que eles sejam ouvidos.
Agência Brasil
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