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sábado, 23 de novembro de 2013
Bispo de Iguatu proíbe missas de cura nas Igrejas
O bispo da Diocese de Iguatu, dom João Costa, proibiu a celebração de missa de cura e libertação, orações em língua e "repouso" no Espírito Santo, ritos ligados à Renovação Carismática Católica (RCC). A decisão foi anunciada em carta circular enviada aos padres e religiosos. O documento foi lido durante a celebração de missas em 26 paróquias em 19 municípios para conhecimento da comunidade católica.
A decisão ocorreu em recente reunião do Colégio de Consultores da Diocese de Iguatu e provocou insatisfação entre os católicos que participavam das missas de cura e libertação. O documento apresenta orientações normativas sobre celebrações dentro e fora da igreja, segundo o que propõe a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Em Iguatu, na região Centro-Sul do Ceará, foram celebradas três missas de cura e libertação, reunindo centenas de católicos na Igreja Matriz de Senhora Sant´Ana. A liturgia era presidida pelo padre Samuel Cavalcante, pároco da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo, na vizinha cidade de Jucás.
Havia expectativa de celebração na última terça-feira, dia 19, na Igreja Catedral de São José. A mudança para um templo maior era decorrente do crescimento do número de participantes. Entretanto, foi suspensa em decorrência da proibição.
Prudência
"Sempre tratei com respeito a Renovação Carismática e reconheço o bem que faz à Igreja Católica mas, como bispo, tenho que disciplinar e orientar a linha que convém à Diocese", explicou dom João Costa. "É preciso prudência", defendeu.
O bispo de Iguatu disse que segue orientações da CNBB e do Vaticano que têm documentos com orientações e limites às práticas da RCC. "Quis evitar exageros em celebrações nas igrejas", explicou dom João Costa. "Nos seus encontros, a Renovação Carismática pode fazer suas adorações e práticas".
Segundo a análise do vigário geral da Diocese de Iguatu, padre Afonso Queiroga, o documento assinado pelo bispo dom João Costa, acolhe a Renovação Carismática Católica, mas não aceita exageros e quer preservar a identidade da igreja diocesana de Iguatu. "A nossa caminhada é baseada nas orientações da CNBB, no cristianismo que não pode se distanciar da realidade social", observou.
O padre João Batista Moreira concorda com a decisão de suspender as missas de cura e libertação. "É preciso evitar que se caminhe para o misticismo e fanatismo", disse. "Milagres existem, mas o próprio Jesus fez curas e pediu que não se propagasse", afirmou.
Outro ponto abordado no documento trata do movimento pentecostal na Igreja Católica com o surgimento da Renovação Carismática. O texto expressa que são movimentos que dão ênfase ao subjetivismo e distanciam-se da realidade.
Repercussão
A decisão da Diocese de Iguatu obteve ampla repercussão nas redes sociais e chegou até o Vaticano. Em Iguatu, as opiniões são divididas entre aqueles que são favoráveis e contrários à suspensão das missas de cura e libertação. "Fiquei triste e lamento ao saber da decisão e confesso que não entendi, pois a missa é uma forma de expressar a fé em Deus, no Espírito Santo", disse a atendente de laboratório em Iguatu, Antonia Alves.
O empresário Gilson Alves participava das celebrações do padre Samuel Cavalcante e questionou: "Era algo irregular? Os padres sabiam que essas celebrações não podiam ser feitas?".
Para Alves, a Igreja deveria esclarecer melhor os católicos, conversando com os fiéis durante a liturgia.
A coordenadora da Pastoral da Criança, na Diocese de Iguatu, Alcileide Bezerra, concorda com a decisão da Diocese.
"A missa é para se viver o mistério pascoal de Cristo, numa dimensão social e missionária", defendeu ela.
O padre Samuel Cavalcante disse que celebrou apenas três missas e ficou surpreso com a decisão do bispo.
"Achei que foi precipitada, pois não usava mais o nome de cura e libertação, fiz correções sugeridas pelo bispo, evitando o passeio com o Santíssimo Sacramento e orações em língua", explicou. "Eu acato e respeito a decisão do bispo, procuro entender a sua decisão e estou pronto para servir à Diocese", afirmou o padre Samuel Cavalcante.
De acordo com o sacerdote, nas Dioceses de Crato, Quixadá e na própria Arquidiocese de Fortaleza há missas com orações espontâneas da RCC. "A minha preocupação é com a cura do coração, e não com a cura física", frisou o religioso.
A coordenação da Renovação Carismática Católica preferiu evitar comentários sobre a decisão da Diocese de Iguatu.
A CNBB oferece recomendações disciplinando práticas místicas no contexto da RCC: evitar a prática do "repouso no Espírito" na qual as pessoas parecem desmaiar durante os momentos de oração, mas permanecem conscientes do que ocorre em sua volta; preocupações exageradas com o demônio; orar e falar em línguas.
Fonte: Diário do Nordeste
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