A força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba
pediu hoje (27) à Justiça Federal que o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva passe para o regime semiaberto de prisão. Lula está preso em
regime fechado desde abril ao ano passado na carceragem da Superintendência da
Polícia Federal (PF), na capital paranaense, em função da condenação no
processo do tríplex em Guarujá (SP).
De acordo com os procuradores da Lava Jato, Lula já cumpriu um sexto da
pena e deve progredir para o regime mais brando, conforme determina a lei
penal. No semiaberto, o detento deixa a prisão durante o dia para trabalhar,
mas deve retornar à noite. O pedido de progressão será analisado pela 12ª Vara
Federa em Curitiba.
"Uma vez certificado o bom comportamento carcerário (requisito
subjetivo) pelo Superintendente da Polícia Federal no Paraná e ouvida a defesa
(requisito formal), requer o Ministério Público Federal seja deferida a Luiz
Inácio Lula da Silva a progressão ao regime semiaberto", diz o MPF.
Condenação
Lula foi condenado sob a acusação de receber um apartamento triplex no
Guarujá da Construtora OAS, bem como por ocultar a titularidade do imóvel. O
total de vantagens indevidas recebidas, segundo a acusação, somaram R$ 3,7
milhões, incluindo ainda os gastos com reformas. A condenação do ex-presidente
foi pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Na sentença inicial, proferida em julho de 2017, Lula foi condenado a 9
anos e seis meses de prisão pelo então juiz Sergio Moro, que julgou as
vantagens recebidas como relacionadas a desvios na Petrobras.
Em janeiro do ano passado, a condenação foi confirmada e a pena
aumentada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região
(TRF4), segunda instância da Justiça Federal, para 12 anos e um mês
de prisão - 8 anos e 4 meses pelo crime de corrupção passiva e 3 anos e 9 meses
pela lavagem de dinheiro.
Em abril deste ano, a pena de corrupção foi reduzida pelo STJ para 5 anos
e seis meses, enquanto a de lavagem ficou em 3 anos e quatro meses, resultando
nos 8 anos e 10 meses finais.
Agência Brasil
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