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domingo, 27 de abril de 2014

O golpe do sódio

Antigamente, nossos antepassados usavam sal para conservar a carne da caça, armazená-la, e abastecer a aldeia nos momentos de escassez. Hoje, grande parte da comida que o tal homem moderno consome está exposta nas gôndolas dos supermercados e o sódio está na maioria dos alimentos industrializados, para garantir sabor, durabilidade, textura e outras funções tecnológicas. E engana-se quem pensa que os produtos light e diet ficam fora dessa.

Pois é, o fato de ser diet ou light não exime esses produtos de terem sódio em suas composições. Pelo contrário! Alguns deles possuem teores do mineral ainda mais alto. Lembrando que o excesso de sódio no organismo pode causar problemas hepáticos, renais e cardiovasculares, principalmente hipertensão.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda um consumo diário de 2,4g de sódio — o que corresponde a uma colher de chá, 2 mil mg ou ainda 5g de sal.  

Inimigo oculto
Se você costuma colocar no carrinho de compras versões light/diet dos seus produtos favoritos, acreditando ser uma maneira de ter uma alimentação mais saudável e equilibrada, é importante saber que prováveis benefícios podem se transformar em riscos reais, principalmente se for diabético ou hipertenso. Então, é preciso estar atento aos rótulos e tabelas nutricionais dos produtos industrializados, pois colocar adoçante no suco pode, na verdade, estar contribuindo para elevar sua pressão arterial. 

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) aponta que os produtos light e diet, em sua maioria, possuem uma média de 43% mais sódio do que suas versões convencionais. E os campeões são caldos e sopas em pó, refrescos em pó, preparados para shakes e vitaminas, gelatinas, bebidas não alcoólicas (energéticos, refrigerantes, chás e outros à base de soja), sobremesas lácteas, doces em pasta ou de cortar, e achocolatados.

 Para se certificar dos teores de sódio em cada produto, a nutricionista Camila Moreira indica analisar os rótulos e as informações nutricionais na embalagem, até mesmo para entender a razão de ele ser classificado como light ou diet. 

“É importante analisar bem o que está sendo consumido e comparar as marcas, as quantidades não só de sódio, mas também de gordura trans, gordura saturada, pois estão diretamente relacionadas às doenças crônicas não transmissíveis”, sugere a nutricionista, indicando também a necessidade de se preferir sempre alimentos naturais, ricos em fibras. “Evitar ao máximo também o consumo de refrigerantes e sucos de caixinha.”
 Tribuna do Norte

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