No dia em que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) denunciou a Portuguesa pelo abandono de campo na partida contra o Joinville, na estreia da Série B, o procurador-geral da entidade disparou, e o advogado da equipe paulista rebateu. Logo depois de Paulo Schmitt falar em “farsa” e “encenação” do clube no caso, Daniel Neves cogitou, também em entrevista ao Sportv, um possível “teatro armado” para a condenação do time.
A revolta do advogado da Portuguesa reside nas punições que o clube pode receber após ter deixado o gramado da Arena Joinville aos 17 minutos do primeiro tempo - tem chances de ser rebaixado para a Série C. O time tomou tal atitude amparado por ação movida por um torcedor, em São Paulo, que a impedia de disputar partidas da Série B. Esta justificativa, entretanto, não foi relatada na súmula pelo árbitro do jogo, Marcos Andre Gomes da Penha.
“Esse fato criou várias estranhezas. Primeiro que a súmula seria entregue em branco, depois foi manuscrita, o que não é tradição. Por fim, a não menção a essa liminar contradiz as imagens da televisão. Ele aparece mostrando o papel, mostrando a liminar”, afirmou Daniel Neves, antes de disparar. “Tudo começa a parecer um teatro armado para condenar a Portuguesa pelas penas mais severas”, acusou.
O advogado da equipe rubro-verde seguiu sustentando o argumento de que a Portuguesa não deveria, de fato, prosseguir na partida por causa da liminar do torcedor, e ainda aproveitou para fazer severas críticas à CBF.
“O que leva a pena mais severa? Este folclore, esse Carnaval que o Schmitt procura fazer. O que não acontece nem em várzea é uma entidade descumprir uma decisão judicial. Mas para a CBF, que tem uma organização peculiar e uma visão ainda mais singular do direito, tudo parece normal”, ironizou.
Por fim, Daniel Neves contou que recebeu a denúncia do STJD, nesta sexta-feira, “com tranquilidade”, admitiu que a Portuguesa falhou ao ter começado o duelo contra o Joinville, mas não isentou a CBF de culpa. “A Portuguesa cometeu um erro. Não deveria entrar em campo. Ao entrar nele, descumpriu decisões legais. Mas só entrou em campo por respeito ao torcedor de Joinville. Respeito este que a CBF não demonstrou em nada. Ela podia ter adiado a partida”, decretou.
Fonte: Terra
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