Falta de pagamento reduz número de carros-pipa em cidades do Nordeste

Além da falta de chuva, muitas cidades do Nordeste estão sofrendo com a redução dos caminhões-pipa. O motivo é a falta de pagamento aos transportadores.

Em Alagoas o atraso no repasse de recursos federais para a Operação Carro-Pipa levou o governo estadual a arcar com o custo mensal de R$ 2,5 milhões para manter a prestação do serviço.

No Piauí, onde 1,3 milhão pessoas sofrem os efeitos da falta de chuva, também há atraso no pagamento aos chamados ‘pipeiros’. De acordo com o Ministério da Integração, o estado tem 530 contratados vinculados ao Governo Federal. Em uma parte dos 73 municípios a distribuição foi suspensa. Em outras cidades, segue de forma racionada.

No Rio Grande do Norte, moradores de 159 municípios permanecem, há dois anos, enfrentando estado de calamidade por causa da seca. Eles são atendidos pela Operação Carro-Pipa, coordenada por quatro batalhões do Exército.

“Mas o que a gente tem que fazer? Pedir a Deus para chover”, lamenta uma moradora.

Mas 208 pipeiros como Josinaldo e Waldemir só receberam o pagamento de janeiro e a situação está ficando crítica. “Estou fechando agora essa semana três meses sem receber dinheiro. Uns R$ 40 mil. A gente abastece gasta R$ 4,2 de óleo, oposto só pressionando a gente”, afirma o pipeiro.

O representante pela Operação Carro-Pipa em 18 municípios do Rio Grande do Norte disse que, embora tenha até dois meses para fazer o pagamento após a prestação do serviço, houve sim o atraso no repasse de recursos. Até o fim desta semana será pago o mês de fevereiro.

O Ministério da Integração Nacional disse que não atrasou os pagamentos dos carros-pipa e que a operação é um acordo de cooperação entre os ministérios da Integração e da Defesa.

Já o Ministério da Defesa admite que houve atrasos nos pagamentos e que o Exército foi alertado para regularizar essa situação.

Fonte: Bom Dia Brasil