A Petrobras
informou nesta terça-feira, na reunião com o governo, que pretende se desfazer
de metade de suas refinarias. O processo de venda começaria a partir de junho.
O presidente da estatal, Roberto Castello Branco, defende que a empresa reduza
sua participação no setor para estimular a concorrência. A medida faz parte
também da estratégia já anunciada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de
promover um choque de energia barata. Hoje a Petrobras concentra 99% do mercado
de refino.
Para colocar em
prática o projeto, a Petrobras deve apresentar ao Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (Cade) seu plano ainda neste mês. A estatal conta com 13
refinarias, com capacidade de processar 2,2 milhões de barris de petróleo por
dia.
Existe uma
preocupação em estruturar o processo de venda de modo que ele impeça a formação
de monopólios regionais, ou seja, que uma parte significativa dos ativos fique
nas mãos de um mesmo investidor.
O presidente da
Petrobras tem planos ambiciosos de venda de ativos. A estratégia da companhia é
se concentrar nas atividades de exploração e produção, principalmente no
pré-sal. Analistas temiam que o episódio em torno da interferência do governo
no reajuste do diesel pudesse prejudicar as negociações para se desafazer de
parte do portfólio da companhia. Ontem, o governo tentou minimizar danos e
deixar para trás qualquer interpretação de que a gestão Bolsonaro possa adotar
uma política intervencionista.
Antes da
entrevista de Guedes, investidores já reagiram com alívio ao pacote de medidas
anunciado para os caminhoneiros. A interpretação era que, diante dos incentivos
à categoria, o governo optaria por não mudar a política de reajuste da estatal.
Este cenário se confirmou no fim do dia. As ações preferenciais da Petrobras
(sem voto) fecharam com alta de 3,05%, e as ordinárias (com voto), de
3,57%. A Bolsa encerrou em alta de 1,34%.
O GLOBO
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