Uma noite de
Arrascaeta e Everton Ribeiro. A goleada foi imponente, a atuação ao longo dos
90 minutos nem tanto.
O Flamengo
não precisava ser vaiado - justamente - ao descer para o intervalo diante de um
rival tão frágil e com um a menos como o San José. A vitória, entretanto, era
protocolar. A goleada questão de tempo. E mais do que o 6 a 1 o torcedor tem
que comemorar a parceria de seus camisas 7 a 14.
Éverton
Ribeiro fez dois gols, deu uma assistência e, por ser mais decisivo, foi eleito
o melhor em campo. De Arrascaeta finalizou oito vezes, deu seis passes para
conclusões dos companheiros, fez um gol, deu um lençol e uma caneta. Mais do
que isso: deu motivos a Abel para ser titular.
Falar se o
uruguaio deve jogar pela esquerda ou pelo meio fica em segundo plano diante do
que os dois protagonistas da goleada fizeram no Maracanã. Arrascaeta e Ribeiro
se buscaram o jogo todo para tabelas e mostraram que jogador bom se entende e
encontra seu espaço.
A presença
de Bruno Henrique como centroavante facilitou a vida da dupla. Vertical e
veloz, o atacante cansou de dar opção e criar espaços. Criou uma alternativa
para substituir Gabigol quando Abel não optar por um inconstante Uribe.
Dito tudo
isso de bom, é preciso deixar claro e repetir: o Flamengo não precisava ser
vaiado diante de um adversário tão fraco. Os três gols nos dez minutos finais -
com um rival cansado após correr quase 80 minutos com um a menos - maquiam um
placar que deveria ser construído com maior propriedade.
E há fatores
que explicam as defesas de Diego Alves, o gol boliviano e o magro 2 a 1 no
primeiro tempo. O Flamengo foi primeiro arrogante e displicente - normal pela
fragilidade do rival, mas inaceitável - e depois ansioso e nervoso com a
igualdade inesperada no placar.
A quantidade
de bolas aéreas fugia a lógica para um time tão técnico, tal qual quanto os
riscos sofridos contra um time que acumulava 18 derrotas e dois empates fora de
casa na história da Libertadores. No fim, festa. O que não deve apagar as
lições.
Para ser
campeão da Libertadores, o Flamengo precisa jogar muito mais do que jogou
diante do San José. Nem sempre a genialidade de Éverton Ribeiro e Arrascaeta
será suficiente.
Globo Esporte
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