Desde o mês de março o Ministério da Saúde vem
acompanhando de perto a ocorrência de casos de doenças com manchas na pele (as
chamadas doenças exantemáticas) – incluindo o zika vírus - nos estados do Rio
Grande do Norte, Maranhão e Paraíba.
Um grande estudo vem sendo feito pela equipe do
Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do SUS
(EPISUS/MS), Coordenação Geral de Vigilância e Resposta às Emergências em Saúde
Pública (CGVR) e Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), com o objetivo de
confirmar a existência de um surto de doença exantemática, identificando os
agentes etiológicos através da análise de prontuários, triagem de casos,
entrevistas, identificação de sinais e sintomas, além da coleta de amostras de
pacientes atendidos nos Hospitais Giselda Trigueiro, Sandra Celeste e Hospital
dos Pescadores para análise em laboratórios de referência.
Dentro deste cenário, a Secretaria de Estado da
Saúde Pública (Sesap) está monitorando os casos de zika vírus em todo o Rio
Grande do Norte. Desde o último dia 14 de maio, quando o Ministério da Saúde confirmou
a introdução do vírus no Brasil, o RN registrou um total de 18 casos de zika
vírus, distribuídos nos municípios de Natal – com 16 casos confirmados – e São
Gonçalo do Amarante – com dois casos confirmados.
De acordo com Kristiane Fialho, subcoordenadora de
vigilância epidemiológica da Sesap, o estudo feito pelo EPISUS/MS ajudará numa
definição mais qualificada dos casos suspeitos. “O Ministério da Saúde está aos
poucos definindo as diretrizes e nós, como vigilância, estamos buscando as
informações para prosseguir com o controle vetorial dos focos do mosquito Aedes
Aegypti que é o transmissor da doença”, explicou Kristiane.
O zika é uma doença viral, benigna e que tem cura.
Os sintomas são febre baixa (ou ausência de febre) e o maior incômodo é o prurido
(coceira), além das manchas vermelhas, inchaço nas extremidades e dor atrás dos
olhos, que também podem ficar vermelhos. A transmissão se dá por meio da picada
do mosquito Aedes Aegypti, o mesmo da dengue, e há um período de incubação de
cerca de quatro dias. O tratamento é baseado no uso de medicamentos para o
alívio da febre e dor.
Não há registros de óbitos causados pela doença.
“Mas é importante chamar a atenção para as medidas de prevenção que também são
semelhantes às da dengue e da chikungunya. Não existem medidas de controle
específicas direcionadas ao homem, uma vez que não se dispõe de nenhuma vacina
ou drogas antivirais. Dessa forma o controle está centrado na redução da
densidade vetorial como, por exemplo, mantendo o domicílio limpo eliminando os
possíveis criadouros”.
ASCOM/SESAP