A maioria dos torcedores pelo menos imagina que há mais critérios para a
convocação de atletas à Seleção Brasileira do que simplesmente seu
desempenho dentro de campo. Destaque internacional dos jogadores,
marketing e outras variáveis fazem parte da realidade do futebol . Mas,
neste sábado, foram revelados contratos da Confederação Brasileira de
Futebol (CBF) com empresas que podem penalizar financeiramente a
entidade caso os nomes de maior destaque, como Neymar, não sejam
chamados para amistosos do time canarinho.
Conforme informou o
jornal O Estado de S. Paulo, a CBF tem vínculos com as empresas
International Sports Events (ISE) e Pitch International, que pagam à
entidade para organizar amistosos da Seleção, mas, como contrapartida,
exigem que as convocações sejam enviadas a elas com 15 dias de
antecedência. Caso os atletas do "Time A" (com mais apelo de marketing,
condições técnicas e reputação) não estejam na relação e sua ausência
não seja justificada por laudo médico, os grupos podem multar a
Confederação em 50% da cota paga por amistoso, cujo valor total é de
aproximadamente R$ 3,1 milhões.
Mesmo em caso de contusão de
alguma das principais peças do grupo verde e amarelo, a CBF é obrigada,
por contrato, a substituí-lo por algum atleta de nível similar nos
critérios descritos acima.
O contrato com a ISE, que contém as
cláusulas citadas, tem duração estipulada até 2022, com prioridade de
renovação de 90 dias. Sendo assim, os amistosos de preparação para as
Copas do Mundo de 2018, na Rússia, e de 2022, no Catar, também serão
explorados pelo grupo.
O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero,
saiu em defesa do vínculo firmado em 2006, na administração de Ricardo
Teixeira, que precedeu seu antecessor, José Maria Marin. Para o
dirigente, o acordo evita que a entidade máxima do futebol brasileiro
tenha prejuízo em amistosos com públicos baixos e garante que tais
partidas sejam garantia de receita.
"Nós fazemos o possível para
cumprir os contratos. Quando nós chegamos já tinha esse contrato, então
temos de cumprir. Eu não chego a dizer que esse contrato é ruim. Porque
quando a gente jogava no Brasil não chegava a tirar esse valor (de R$
3,1 milhões). Se analisarmos, hoje o contrato é bom", declarou Del Nero,
em entrevista ao jornal. O presidente garantiu, entretanto, que todas
as cotas de transmissão dos amistosos são embolsadas pela CBF.
Fonte: Terra
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