“Os municípios do Oeste, por exemplo, estão em situação gravíssima. Os açudes estão vazios, o rebanho quase inexiste, a produção agrícola está perdida e as pessoas agora estão com falta de água potável para beber. A situação deve ser pior a partir de outubro e precisamos de uma solução imediata”, conta o deputado Galeno Torquato.
Para o parlamentar, a união política é fundamental neste momento na busca de soluções para o problema, que segundo ele é o maior que estamos vivendo. “A frente parlamentar precisa discutir junto com o Governo e com a bancada federal soluções para essa crise. Temos que ir unidos a Brasília buscar recursos para os projetos à longo prazo e também emergenciais, como poços e carros pipa”, afirmou Galeno.
Deputados participam de discussão sobre crise hídrica
Em apartes, praticamente todos os deputados presentes na sessão desta terça-feira contribuíram com a discussão levantada por Galeno Torquato (PSD) sobre a crise hídrica no Estado. Todos concordaram que a situação é a mais grave do Estado e que precisa de prioridade e união da classe política em busca de recursos. O presidente da Casa, Ezequiel Ferreira de Souza (PMDB), parabenizou Galeno pela sugestão da criação de uma Frente Parlamentar. “O colapso de água que o RN vive tem que ser encarado com altivez, com a seriedade que esta Casa está tratando”, afirmou Ezequiel.
O presidente da Assembleia disse ainda que se reuniu nesta segunda-feira (25) com o diretor do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), Walter Gomes, sobre soluções emergenciais para a região do Seridó. O parlamentar disse que seriam necessários recursos financeiros do Governo Federal para carros pipa e para a obra das adutoras de Oiticica e de Currais Novos. “Precisamos de uma política para o Nordeste. Reunir governadores e deputados da região para que o Governo Federal priorize, mesmo com as dificuldades financeiras, essa situação inadmissível”, disse ele.
O deputado Carlos Augusto Maia (PTdoB) sugeriu que a Frente Parlamentar faça uma visita técnica no interior do Estado, onde a situação é mais crítica. Gustavo Fernandes (PMDB) disse que entregou um estudo para o presidente da Caern para a criação de uma adutora na região Oeste, através de poços profundos. Tomba Farias (PSB) alertou para a crise na agricultura que deverá surgir com a falta de água. Dison Lisboa (PSD) disse que o Governo Federal precisa priorizar o Rio Grande do Norte.
Gustavo Carvalho (PROS) chamou de calamidade pública a situação do Estado e quer prioridade do Governo Federal para o assunto. Já José Dias (PSD), chamou de “desastre” a situação que vive o Estado e disse que a falta de dinheiro do Governo Federal não pode ser argumento para falta de solução dos problemas de abastecimento.
Getúlio Rêgo (DEM) disse que projetos de adutoras e da transposição do Rio São Francisco não são emergenciais e que a crise precisa de ações imediatas. Hermano Morais (PMDB) lembrou a audiência pública realizada na Assembleia sobre a seca no início da legislatura e pediu que os Governos estadual e federal agissem imediatamente.
O líder do Governo na Assembleia, deputado Fernando Mineiro (PT), explicou os projetos desenvolvidos pelo Estado para combater a crise hídrica, principalmente no que diz respeito ao consumo humano. “O Governo criou um Comitê de Gestão Integrada e está unindo esforços, mas o que precisamos é de uma política estadual de recursos hídricos”, contribuiu Mineiro.
Assembleia Legislativa/RN