Os senadores Paulo Rocha (PT-PA) e Randolfe Rodrigues (Psol- AP)
serão, respectivamente, presidente e vice-presidente da Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) do HSBC no Senado. Eles foram eleitos,
por aclamação, na manhã desta terça-feira (23). O relator da Comissão
será o senador Ricardo Ferraço, (PMDB-ES).
Com 11 membros e prazo
de 180 dias para concluir os trabalhos, a comissão terá objetivo de
investigar quantos correntistas brasileiros do banco, dentre os mais de 8
mil, cometeram crime de evasão fiscal.
“Mais do que ser uma caça
às bruxas ela [a CPI] deve primeiramente, identificar qual são as
falhas desse sistema tributário brasileiro que possibilita uma provável
evasão fiscal desse tamanho”, disse Randolfe.
O senador que
também é autor do pedido de criação da CPI adiantou que vai protocolar
ainda hoje na secretaria da comissão vários requerimentos para ouvir
autoridades da Receita Federal, do Ministério Público e de jornalistas.
Para
o relator, senador Ricardo Ferraço, além da sonegação de impostos, são
várias as possibilidades de crimes associados aos depósitos milionários
de brasileiros em contas numeradas na Suíça que somam, aproximadamente
US$ 7 bilhões, segundo as primeiras estimativas do Consórcio
Internacional de Jornalistas Investigativos.
“A lavagem de
dinheiro pode estar ligada a episódios de corrupção, como os apurados na
Operação Lavo Jato, da Polícia Federal, envolvendo contratos com a
Petrobras. Essa é uma das hipóteses. Isso só já mostra a importância do
trabalho desta Comissão Parlamentar de Inquérito, em parceria
necessária, evidentemente, com a Receita Federal, Ministério da Fazenda,
Ministério Público Federal, Polícia Federal, Conselho de Controle de
Atividades Financeiras e, eventualmente, até com alguns outros
organismos internacionais, que poderão nos ajudar na elucidação desses
fatos”, destacou Ferraço.
O presidente do colegiado, senador
Paulo Rocha disse que vai presidir a Comissão com equilíbrio e
responsabilidade. O senador foi um dos investigados pela Ação Penal 470,
conhecida como processo do mensalão, quando era deputado federal, e
foi absolvido por lavagem de dinheiro pelo Supremo Tribunal Federal. Por
isso, Rocha disse que terá muito cuidado na condução dos trabalhos.
“É
um processo para a classe política muito tentador, mas tem
consequências graves para as pessoas envolvidas. Digo isso porque desde
2005 vivi e senti isso na pele. Passei por um processo de investigação e
de julgamento muito forte que teve consequência na minha carreira
política e na minha vida pessoal, dado essa coisa do julgamento
espetacular, sem direito de ampla defesa de cada um”, disse o presidente
da CPI.
Na próxima quinta-feira (25) a comissão volta a se reunir às 8h30 para discutir um plano de trabalho.
Agência Brasil
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